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    Corrupção no futebol

    Novo presidente da Fifa, Infantino terá salário menor que o de Blatter

    SÉRGIO RANGEL
    ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE

    28/02/2016 02h00

    Eleito na sexta (26) com a missão de dar mais transparência à Fifa, o advogado suíço Gianni Infantino, 45, terá que se contentar com salário menor que o de Joseph Blatter, seu antecessor no comando da entidade.

    A diminuição do vencimento faz parte do pacote de austeridade financeira que será implementado pela Fifa nos próximos meses. A redução foi aprovada pela comissão de reforma, da qual o próprio Infantino era membro.

    A Fifa teve prejuízo de US$ 103 milhões (cerca de R$ 400 milhões) em 2015. Foi o primeiro déficit desde 2002, quando a ISL, agência de marketing da entidade, faliu.

    O valor do pagamento deverá ser revelado em março, quando a Fifa terá que publicar o salário dos seus principais executivos e dirigentes.

    A determinação foi um dos tópicos aprovados na sexta durante o Congresso Extraordinário da entidade, o mesmo que elegeu Infantino.

    Até agora, os salários dos principais cartolas da Fifa são mantidos em sigilo.

    A disputa que resultou em vitória do suíço foi a mais acirrada da história da Fifa e contou com quatro candidatos. Desde 1974, o pleito na entidade do futebol não era decidido no segundo turno.

    Para conseguir a vitória, Infantino contou com o apoio dos dirigentes e a ajuda financeira da Europa. Os gastos com a campanha foram estimados em cerca de 500 mil euros (cerca de R$ 2,2 milhões). O suíço disse ter dado quase cinco voltas ao mundo desde outubro para pedir votos. Secretário-geral da Uefa (Confederação Europeia de Futebol), o advogado era o braço direito de Michel Platini, presidente da confederação afastado por corrupção. O apoio do ex-chefe foi decisivo na sua eleição.

    Nos próximos dias, Infantino quer anunciar uma série de medidas para tentar mudar a imagem da Fifa.

    A escolha do novo secretário-geral, o principal executivo da entidade, será uma de suas decisões mais importantes neste início de mandato.

    Até o ano passado, o cargo era ocupado pelo francês Jérôme Valcke, também banido pela Fifa por corrupção.

    Para agradar aos aliados, Infantino já declarou que pretende contratar um executivo dos EUA ou da África.

    Se optar por um norte-americano, a escolha servirá como um recado às autoridades do país de que a Fifa pretende mudar. Desde maio, o FBI já revelou uma série de casos de corrupção na entidade.

    Dezenas de dirigentes foram presos, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Presidente licenciado da confederação, Marco Polo Del Nero também é investigado pela polícia americana. Os dois são acusados de participar de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de torneios.

    Caso não consiga um americano, Infantino vai buscar na África, maior colégio eleitoral da Fifa, o seu secretário.

    CONFIANÇA DO OPONENTE

    Apesar de derrotado por Infantino na disputa pela presidência da Fifa, o xeque do Bahrein Salman bin al-Khalifa disse acreditar que o suíço conseguirá colocar em prática as reformas que a entidade que comanda o futebol mundial necessita.

    "A nova Fifa deve se tornar mais universal e refletir a diversidade do futebol. Confio em Gianni Infantino para isso e para colocar em prática as reformas restantes, que são de uma urgência peremptória", afirmou Bin al-Khalifa.

    QUEM É INFANTINO, O NOVO LÍDER DA FIFA

    NOME
    Gianni Infantino
    NASCIMENTO
    23 de março de 1970 (45 anos), em Briga (Suíça)
    NACIONALIDADES
    Suíça e italiana
    PROFISSÃO
    Advogado
    CARGOS ANTERIORES
    Na Uefa desde 2000, virou secretário-geral em 2010

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