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    Campeonato Paulista

    análise

    Com passes precisos, Ferroviária é o que o Palmeiras gostaria de ser

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    29/02/2016 02h00

    Não foi por mero acaso que a consistente equipe da Ferroviária bateu o Palmeiras por 2 a 1 neste domingo (28), em pleno Allianz Parque.

    A equipe do técnico português Sérgio Vieira envolveu o time da casa com movimentações coordenadas, ocupação de espaço bem feita, e o empate que se apresentava até os últimos minutos de jogo não refletia a superioridade da equipe de Araraquara em campo, cuja distribuição organizada no gramado contrastou com as habituais falhas palmeirenses.

    Em nenhum momento o confronto expressou o contraste financeiro e de títulos das equipes. A Ferroviária trocou passes com tranquilidade e teve posse de bola superior a 60% durante boa parte do jogo, especialmente no primeiro tempo, quando o Palmeiras mostrou-se quase inofensivo.

    Ao longo da partida, o time de Araraquara trocou mais de 300 passes certos, ao passo que o Palmeiras acertou pouco mais de cem.

    O novo esquema tático do técnico palmeirense, Marcelo Oliveira, que conta com um meio de campo em losango (um volante de contenção, dois meias e um armador), sucumbiu às falhas de sempre: muitos erros de passes, o recurso constante a chutões e a falta de aproximação entre seus jogadores.

    De certa maneira, a despeito de esquemas táticos, a distribuição e a postura da Ferroviária em campo tiveram a qualidade cobiçada pelo Palmeiras, com compactação, linhas de jogadores próximas, volantes polivalentes e contra-ataques em velocidade.

    A dupla de atacante formada por Gabriel Jesus e Alecsandro recebeu poucas bolas de seus meias. Do goleiro Fernando Prass e dos defensores, receberam lançamentos tortos, "bolas quadradas", no jargão, que não conseguiam dominar sem que a marcação firme dos zagueiros Wanderson e Marcão sobressaísse.

    Veja vídeo

    JOGO COLETIVO

    O português Sérgio Vieira, 33, admirador do conterrâneo José Mourinho e do espanhol Pep Guardiola, transformou o time interiorano em sensação do Paulista.

    Líder do Grupo C, com 13 pontos, à frente do São Paulo, a equipe não tem nenhum jogador badalado. Em campo, os talentos individuais dão lugar ao jogo coletivo.

    No Brasil há um ano, Vieira foi emprestado para o Paulista junto de 14 jogadores pelo Atlético-PR, que tem projeto com a Ferroviária. Estudioso acadêmico do futebol na Europa desde seus 20 anos, ele levou a Ferroviária a empatar com o Corinthians na 5ª rodada no que é considerado o melhor jogo do Paulista até agora.

    No final do primeiro tempo deste domingo, em um dos momentos em que o time de Vieira mostrava-se mais compacto e organizado, fazendo o Palmeiras correr atrás de sua troca de passes, o volante Fernando Gabriel acertou bela cobrança de falta, abrindo o placar.

    Com dificuldades para melhorar a performance da equipe, Marcelo Oliveira recorreu à sorte: colocou o talismã Cristaldo. E quase deu certo. Logo depois de entrar, o argentino empatou a partida em lance de oportunismo.

    No entanto, o jogo moderno venceu a superstição. Nos acréscimos, Matheus Rossetto viu buraco nas costas da defesa palmeirense, lançou e Rafinha deu a vitória à competente Ferroviária.

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