Por fora da carenagem, a Stock Car, que inicia a temporada de 2016 no domingo (6), na região de Curitiba, não apresenta mudanças significativas. As principais alterações se encontram nos carros da categoria –e devem deixá-los mais rápidos.

Três componentes dos bólidos foram trocados. O primeiro foi a caixa de direção –o mesmo modelo era usado pela categoria há quase dez anos e era alvo de reclamações dos pilotos. O novo equipamento, mais moderno, promete deixar o carro mais estável e tornar seu comportamento mais previsível para quem está atrás do volante.

Além dele, os tanques de combustível também foram trocados. O prazo de validade da peça expirou este ano, e optou-se por instalar um novo modelo, de fibra de carbono. Alocado à direita do banco do piloto, ele deve reforçar a proteção em caso de uma batida na lateral.

Por fim, o antigo extrator (assoalho dianteiro) de madeira dá lugar a um de fibra de carbono. Além da maior eficiência aerodinâmica, a mudança também se dá por razões financeiras, já que a peça pode durar muito mais.

	Vanderley Soares/Divulgação/MF2
	Largada da Stock Car na etapa de Brasília

CRISE

Apesar da expectativa de menores tempos de volta, a diminuição do número de jogos de pneus por carro na temporada pode fazer os pilotos hesitarem em acelerar ao máximo. Mauricio Slaviero, diretor-geral da Vicar, promotora da categoria, admite que a mudança na regra se deu por motivos financeiros: "Foi para cortar gastos, por causa da crise."

Também houve mudanças no regulamento esportivo. Agora, a primeira corrida das rodadas duplas (a maior parte do calendário, com 12 etapas previstas), de maior duração, valem mais pontos – 30 para o vencedor, ante 25 até o ano anterior. Também será obrigatório fazer pelo menos um pit stop.

As mudanças, contudo, não devem alterar significativamente a distribuição de forças entre os pilotos –todos correm com carros idênticos na Stock Car.

"No ano passado, pudemos ver que Marcos Gomes foi campeão, não só pela regularidade, mas também por ter obtido muitas vitórias", afirma Slaviero.

No total, serão 62 pilotos em pista. O evento, que já contou com nomes como Jacques Villeneuve entre os convidados, tem importância para a divulgação da categoria, mas a pontuação para o campeonato é quase simbólica –serão apenas seis pontos para o vencedor.

A corrida será a primeira após a revelação, pela Folha, de troca de mensagens em que comissários ameaçam prejudicar os pilotos Cacá Bueno e Thiago Camilo.

A CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), entidade à qual estão subordinados os fiscais, determinou a instalação de uma comissão de inquérito, presidida pelo piloto Felipe Giaffone, para investigar o caso.