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    Corrupção no futebol

    Justiça rejeita recurso da CBF e mantém veto à análise de contas

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    08/03/2016 19h09

    A CBF sofreu uma nova derrota na Justiça do Rio. O desembargador Gilberto Clóvis Farias Mattos manteve a liminar que suspendeu a análise das contas do primeiro ano de mandato do presidente licenciado Marco Polo Del Nero.

    No despacho, o magistrado disse que a CBF não concedeu "acesso irrestrito" para o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto, avaliar o balanço financeiro da confederação.

    No domingo (6), o juiz Paulo Assed Estefan já havia concedido uma liminar para o dirigente catarinense.

    Peixoto alega que seus advogados foram impedidos de ter acesso ao balanço financeiro na sexta (4), três dias antes da reunião marcada para analisar as contas.

    Os funcionários não teriam deixado os representantes do catarinense levar os documentos ou fotografá-los. Na decisão de domingo, o juiz cobrou mais transparência da entidade.

    As contas da CBF seriam votadas na segunda. Por causa da decisão da Justiça, a entidade manteve a assembleia aberta até quarta (9).

    Com o revés na Justiça, a CBF deverá convocar uma nova assembleia após tentar cassar a liminar. A entidade tem até abril para aprovar as contas.

    "Não podemos mais aprovar tudo numa sentada. Quero explicações de cada ponto. A CBF está sendo investigada e não podemos fazer tudo correndo", afirmou Peixoto.

    A CBF declara no balanço que obteve um lucro de R$ 72 milhões em 2015, 42% acima dos R$ 51 milhões registrados no ano anterior. É o terceiro maior resultado positivo da entidade. O faturamento também foi recorde — R$ 584 milhões.

    DISPUTAS

    O cartola paulista é investigado pelo FBI e pelo Comitê de Ética da Fifa. Ele é acusado de participar de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de torneios no país e no exterior.

    José Maria Marin, seu antecessor na CBF, cumpre prisão domiciliar nos EUA acusado pelo mesmo crime. Uma CPI no Senado também investiga Del Nero.

    As contas de 2015 da entidade foram feitas pelos dois dirigentes. Marin comandou a entidade até abril, quando passou o cargo para Del Nero.

    Vice da CBF, Peixoto era o primeiro na linha sucessória até dezembro, quando Del Nero articulou uma manobra, vista como "golpe" pelos opositores, para afastar o catarinense do poder.

    Numa eleição convocada às pressas, os aliados de Del Nero elegeram o presidente da Federação Paraense de Futebol, Antonio Carlos Nunes, 77, para entrar na vaga de vice deixada em aberto por Marin após a prisão no exterior.

    Pelo estatuto da CBF, o vice mais velho assume em caso de renúncia. A CBF tem cinco vices. Além de Peixoto, Marcus Vicente e coronel Nunes, Fernando Sarney e Gustavo Feijó também são vices na confederação.

    Del Nero está afastado do poder desde dezembro, quando o FBI o acusou de se beneficiar do esquema de recebimento de propina. Em janeiro, Nunes começou a comandar a CBF.

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