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    Campeonato Paulista

    Discreto, Victor Ferraz vira líder no Santos e sonha com seleção

    KLAUS RICHMOND
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE SANTOS

    27/03/2016 02h00

    Divulgação
    SANTOS,SP -Victor Ferraz em treino do Santos / ou durante partida do Santos na Vila Belmiro. (Foto: SantosFC) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Victor Ferraz durante treino do Santos na Vila Belmiro

    Victor Ferraz não preenche exatamente o perfil de jogador mais produzido pelo Santos nos últimos tempos. O lateral está bem longe de ser um talento precoce da base, cercado por expectativas. Atingiu o melhor momento na carreira já tarde, aos 28 anos, e encanta no clube por uma eficiência discreta.

    Com a ausência de cinco titulares, ele será o homem de confiança do Santos para o clássico contra o São Paulo, neste domingo (27), na Vila Belmiro.

    "Hoje o vejo como um dos jogadores mais importantes aqui", elogia o treinador Dorival Júnior.

    O camisa 4 é dono absoluto de sua posição, mas precisou provar e, principalmente, esperar pelo atual momento que vive. Só no Santos, foram mais de seis meses até a primeira sequência.

    "Precisei esperar e orar bastante. Vejo meninos de 18, 19 e 20 anos jogando em um nível absurdo e espero que aproveitem para que não tenham experiências menores. Peço sempre que valorizem isso e nunca retrocedam."

    Ele, de fato, não retrocedeu. No ano passado, era o jogador com maior número de partidas no elenco até sofrer séria lesão na coluna, no fim de setembro. Terminou a temporada atuando e como terceiro principal criador de jogadas que resultaram em gols –nove assistências.

    Antes do Santos, porém, viveu mais dificuldades. Saiu de João Pessoa, na Paraíba, aos 12. Tentou a sorte no Vitória, São Paulo, Náutico e Iraty-PR até se profissionalizar no modesto São José-RS, onde quase largou o futebol.

    "Me mandaram embora do São José e, nessa transição, já tinha 22 anos. Ali pensei em parar, em desistir, começar uma faculdade", disse.

    Nascido em berço cristão –os pais são missionários nos Estados Unidos–, atribui todos os acontecimentos de sua vida a Deus. O surgimento do desconhecido Águia de Marabá, meses depois, foi um deles.

    "Surgiu o Águia e tudo mudou. De lá fui direto para clubes da Série A", conta. Chegar ao primeiro grande clube, porém, só aconteceu em 2013, aos 25, no Coritiba.

    O discreto e eficiente Victor Ferraz se diz satisfeito, simplesmente por jogar futebol, mas sonha além: a seleção, o que não acha impossível depois de suas superações.

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