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    Paulo Nobre empresta R$ 5 milhões para Palmeiras pagar salários

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    31/03/2016 12h37 - Atualizado às 18h59

    O presidente Paulo Nobre emprestou mais de R$ 5 milhões ao Palmeiras no final deste mês de março. O dinheiro foi usado para evitar que a falta de pagamento da parcela de patrocínio de R$ 6,5 milhões referente ao mês de abril por parte do grupo Crefisa gere um buraco nas finanças do clube.

    O valor pago pela empresa no primeiro dia útil de cada mês para estampar as marcas Crefisa e Faculdade das Américas (FAM) nos uniformes da equipe é usado para acertar boa parte da folha salarial dos jogadores, cujo valor chega a R$ 7 milhões mensais.

    As partes estão em litígio devido a aditivo ao contrato proposto pela Crefisa há duas semanas, motivado inicialmente pela camiseta comemorativa que a equipe utilizou durante a festa do título da Copa do Brasil. Chamada de "winner t-shirt", a camiseta apresentava as marcas Crefisa e FAM de forma reduzida, o que causou incômodo nos patrocinadores.

    No final de fevereiro, em episódio semelhante, o Palmeiras fez campanha de divulgação do programa de sócios-torcedores Avanti nas camisas dos jogadores na derrota para a Ferroviária.

    A ação irritou mais ainda a Crefisa, que então decidiu propor aditivo segundo qual o Palmeiras pagaria multa de R$ 2,5 milhões em casos de infrações semelhantes. Além disso, a empresa não depositou o valor referente ao mês de março. O clube fez contraproposta em que pagaria apenas R$ 1 milhão nos casos dessas infrações.

    A Folha apurou que a Crefisa entregou uma última versão do aditivo nesta quarta (30), já incomodada com a demora nas respostas do clube, que alega que a documentação está sendo analisada pelo departamento jurídico. Sua principal demanda é que suas marcadas sejam exibidas sempre no mesmo tamanho e posição.

    Diante desse cenário, Nobre emprestou dinheiro para que o clube pague os salários dos jogadores e não comece o mês de abril com balanço negativo -a projeção com o patrocínio é de superávit de cerca de R$ 7 milhões. O valor do empréstimo deverá ser devolvido quando o clube receber do patrocinador.

    Esta não é a primeira vez que Nobre coloca dinheiro no clube. Em 2014, ele assumiu os custos de R$ 23 milhões referentes aos argentinos Allione, Cristaldo, Mouche e Tobio, reforçando a equipe para escapar do rebaixamento no Brasileiro. No caso, o empréstimo tem condições especiais: caso os jogadores sejam vendidos, o lucro irá para o clube, e Nobre ficará somente com o valor que cubra o que investiu.

    Mais recentemente, no começo da atual temporada, ele emprestou cerca de R$ 9 milhões para reforçar o caixa do clube durante o período de contratações.

    Entre 2013 e 2014, ele injetou mais de R$ 100 milhões no clube por meio de estratégia em que ele mesmo tomou empréstimos de bancos em condições favoráveis e deu ações como garantias, estabelecendo plano de pagamento da dívida em até 15 anos por parte do Palmeiras.

    "Sempre achei isso totalmente errado. O clube tem que sobreviver com suas próprias pernas. O Paulo aparece como um mecenas, o que ele não é, porque teremos que pagar tudo de volta para ele, e vai ser difícil no futuro.

    O Palmeiras é muito grande, e o Paulo tem obrigação de arrecadar fundos de outra maneira, ao invés de ficar brigando com os parceiros, como a WTorre e a Crefisa", diz Wlademir Pescarmona, um dos principais opositores de Nobre no Palmeiras.

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