• Esporte

    Sunday, 05-May-2024 05:51:25 -03

    Corrupção no futebol

    Justiça dos EUA adia decisão sobre data de julgamento de Marin

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    13/04/2016 15h01

    Kena Betancur/AFP
    Marin deixa o Tribunal de Federal do Brooklyn após audiência
    Marin deixa o Tribunal de Federal do Brooklyn após audiência

    A Justiça dos Estados Unidos adiou nesta quarta-feira (13) a decisão sobre a data do julgamento de José Maria Marin, 83, ex-presidente da CBF, e de outros cartolas acusados de envolvimento no escândalo de corrupção da Fifa.

    De acordo com o procurador Evan Norris, o julgamento voltou à "estaca zero" após o juiz Raymond Dearie não dar aval para o julgamento ser realizado na data de 27 de fevereiro de 2017, inicialmente proposta pela Procuradoria de Justiça dos Estados Unidos.

    Advogados de defesa argumentaram que a proposta para fevereiro não era "viável", pois tinham de lidar com um "volumoso" acervo de documentos –entre "700 a 900 milhões de páginas", afirmou o defensor de Eduardo Li, ex-presidente da federação futebolística da Costa Rica.

    Para a defesa do réu brasileiro, a audiência foi satisfatória. "O governo vai nos inundar de informações", disse o advogado Júlio Barbosa.

    Além de Marin, esta perna do "Fifagate" incluiu outros sete latino-americanos: o costariquenho Li, Aaron Davidson (da Traffic, empresa de marketing esportivo), Juan Angel Napout (ex-presidente da Conmebol), Brayan Jimenez e Héctor Trujillo (ambos da federação guatemalteca), Rafael Esquivel (venezuelana) e Costas Takkas (Ilhas Cayman).  

    No time de defensores, a única voz divergente foi a do paraguaio Napout. Seus advogados pediram para o juiz acelerar o cronograma, já que nada haveria contra seu cliente.

    O ex-presidente da CBF participou da audiência, que foi realizada no Tribunal Federal do Brooklyn. Durante a audiência, o cartola limitou-se a pedir uma intérprete de português, que se sentou com ele no banco de réus.

    Marin foi para o tribunal direto do seu apartamento na Trump Tower, onde cumpre prisão domiciliar desde novembro, após pagar fiança de US$ 15 milhões e sair da prisão de cinco meses na Suíça.

    A próxima audiência foi marcada para 3 de agosto, e nos próximos dias o juiz deverá fixar data-limite para movimentações jurídicas menores, como prazo para petições.

    Em março, Marin conseguiu uma pequena vitória ao se livrar da escolta de seguranças privados 24 horas por dia, sete dias por semana, após pagar fiança de US$ 200 mil em espécie à Justiça americana.

    Uma despesa a menos: custava-lhe US$ 90 mil mensais a escolta obrigatória na prisão domiciliar –um apartamento avaliado em US$ 2,5 milhões a duas quadras do Central Park.

    Agora, ele só precisa avisar às autoridades caso vá, por exemplo, à sala de ginástica de seu condomínio. Escolta mesmo, só se sair do prédio –tem autorização para ir ao supermercado, à igreja e ao escritório de seus advogados.

    No elevador do tribunal, o ex-cartola comentou à Folha que ainda não tinha visto ("só na TV") o dono do prédio, o pré-candidato republicano à Casa Branca Donald Trump, que vive na cobertura –um triplex decorado em ouro e mármore.

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024