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    Presidente da Mancha Alvi Verde é preso por desacato durante operação

    ADRIANO MANEO
    DE SÃO PAULO

    15/04/2016 14h36

    O presidente da torcida organizada palmeirense Mancha Alvi Verde, Anderson Nigro, conhecido como Nando, foi preso nesta sexta-feira (15) durante a operação Cartão Vermelho, da Polícia Civil, que realizou 69 mandados de busca e de prisão.

    Nigro foi preso por desacato. Ele tentou impedir que câmeras entrassem na sede da torcida, atitude que levou o secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, a pedir que o delegado ao seu lado o prendesse. As câmeras eram da própria polícia. Nigro foi liberado cerca de quatro horas depois.

    OPERAÇÃO

    A Operação Cartão Vermelho emitiu 69 mandados em sete cidades de São Paulo e em Uberaba (MG). Foram 32 mandados de busca e apreensão e 37 de prisão –dez temporárias e 27 preventivas–, sendo que 26 foram cumpridos.

    Foram realizadas buscas em quatro sedes de torcidas organizadas: duas do Palmeiras -Mancha Alvi Verde e Mancha Alvi Verde Baixada, na Praia Grande- e duas do Corinthians -Gaviões da Fiel e Pavilhão 9.

    O secretário também disse a operação apreendeu vários celulares, e que já foram encontradas conversas que provam a participação de alguns indivíduos nos confrontos entre torcedores corintianos e palmeirenses no dia 3 de abril, quando as equipe se enfrentaram pelo Campeonato Paulista.

    "Encontramos conversas entre torcedores, um preocupado com o outro, com as imagens da televisão. Em outra conversa se vangloriando, dizendo que chutou um, que bateu no outro. Tem muito material", disse Moraes.

    A Secretaria da Fazenda também participou da operação. Segundo o secretário, o órgão fará um "pente fino" nas contas das organizadas.

    OUTRO LADO

    Procurados pela reportagem para comentarem a ação da Polícia Civil nesta sexta-feira, advogados das torcidas organizadas dizem não terem concordado com a operação.

    "Eu trabalho há décadas e sei de uma coisa. Não existe coincidência. Não existe. É claro que se trata de uma ação política", disse Davi Gebara, que representa a Gaviões da Fiel.

    A Pavilhão 9, outra corintiana, também vê da mesma forma.

    Ele tenta conseguir libertar os torcedores da uniformizada com um pedido de habeas corpus, que ainda não teve nenhum resultado.

    "A gente está à disposição da Justiça para todos os esclarecimentos que forem necessários e apuração dos fatos", afirmou Luiz Ferretti, advogado da Mancha.

    "Os motivos da prisão são ilegais. Vamos pedir revogação. O fato de estarem em imagens não quer dizer que tenham cometido crime", afirmou Daniel Antônio de Souza, também advogado da uniformizada palmeirense.

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