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    Campeonato Paulista

    Técnicos de adversários elogiam Audax, mas veem brechas para vencer

    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    27/04/2016 02h00

    Um time que valoriza a posse de bola desde o campo de defesa, que possui uma movimentação constante com diversas variáveis e marca sob pressão no campo adversário para induzi-lo ao erro. Esse é o Audax, sensação e finalista do Campeonato Paulista.

    Desde 2013, a equipe é comandada pelo técnico Fernando Diniz, ex-jogador de Palmeiras, Santos e Corinthians, que implantou a filosofia de fazer o seu atleta mostrar a sua habilidade e não apenas marcar e ficar estático em campo.

    A Folha analisou os pontos fortes e as vulnerabilidades que os adversários podem aproveitar com treinadores que enfrentaram a equipe no Estadual.

    Uma das diferenças positivas da equipe é a troca de passes, que começa com o goleiro Sidão, passa pela maioria dos jogadores de defesa e chega em Camacho e Tchê Tchê. Os dois meias –o time não possui os volantes brucutus (jogadores que só marcam)– saem com rapidez para o setor ofensivo e acionam os atacantes Mike, Ytalo ou Bruno Paulo. Outra possibilidade é jogar com Juninho.

    "O Fernando Diniz queria exatamente que o Corinthians marcasse sob pressão a saída de bola do Audax como aconteceu. Quando o Audax consegue sair dessa marcação na primeira linha, a equipe deixa muitos jogadores do adversário para trás e ataca em velocidade", analisou o ex-atacante Guilherme, que hoje é treinador do Novorizontino.

    "Quando enfrentamos o Audax jogamos com três zagueiros e sem sobra. Fizemos uma marcação um pouquinho à frente do meio de campo e atacamos com velocidade", explicou. Na oportunidade, o time de Novo Horizonte venceu o rival por 3 a 2.

    Outra virtude apontada por rivais é a troca de passes e a movimentação constante da linha ofensiva.

    "Ele [Fernando Diniz] treina a equipe para que ela possa ter enfrentamento, vir para o jogo com a gente e não ficar só lá atrás", explicou Tite após a eliminação para o Audax.

    "Joga muito bem com a bola, respeita a linha futebolística e joga para frente. Eles sabem e seguem muito bem a proposta de jogo implantada", observou o argentino Edgardo Bauza, técnico do São Paulo, que foi goleado por 4 a 1.

    Mas não é apenas com a bola nos pés que a surpresa do Estadual chama a atenção. Assim que perdem a bola, os jogadores (mais próximos) marcam sob pressão e induzem o adversário ao erro evitando, assim, que o contra-ataque rival aconteça. Geralmente dois ou três jogadores encostam no adversário com o objetivo de recuperar a jogada.

    "Guardada as devidas proporções é muito parecido com o estilo do Barcelona", disse Márcio Fernandes, técnico do Botafogo, que vê uma possibilidade de explorar esse ponto a seu favor.

    "É um time que se movimenta muito e o preenchimento do espaço demora um pouco mais. Se você recuperar a bola pode surpreendê-los fazendo uma inversão rápida", explicou o treinador, que viu o seu time empatar com o adversário.

    Os treinadores observam também que uma das opções para surpreender o finalista é a jogada aérea. O quarteto defensivo, que normalmente é formado por André Castro (1,81 m), Velicka (1,77 m), Yuri (1,77 m) e Bruno Silva (1,83), possui baixa estatura. O corintiano André, autor de cabeça no confronto da semi, tem 1,83 m.

    "É uma opção que o Diniz usa para jogar com uma equipe com mais mobilidade. Não vejo como deficiência, mas pode ser explorado", disse Fernandes.

    POSICIONAMENTOS DO AUDAX EM CAMPO

    Colaborou o repórter Adriano Maneo

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