Ao contratar o técnico argentino Edgardo Bauza, o São Paulo apostava que sua experiência poderia ser a chave para uma reformulação necessária após o mau futebol apresentado em 2015. O que a diretoria não sabia, porém, é que o treinador traria outra expertise para o clube.

"Se você soubesse o churrasco que ele fez lá no CT. Ele comandando a 'parrillada', claro". Os elogios de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do São Paulo, revelam uma habilidade do treinador que é pouco conhecida: a culinária.

"Ele fez um churrasco delicioso e falou que em casa só ele cozinha", completou o mandatário do clube.

Argentino da pequena Granadero Baigorria, cidade-satélite de Rosario, com cerca de 32 mil habitantes, Bauza é um homem que mantém hábitos simples. "É casa e treinamento, treinamento e casa. E à noite, às vezes, vou jantar em algum lugar, não sou muito de sair" disse.

Sobre sua preferência entre o churrasco brasileiro ou a 'parrillada' argentina, Bauza não entrou em polêmica: "A 'parrillada' é o churrasco. Dizer 'parrillada' ou churrasco é o mesmo".

Apesar do discurso, Patón –"pé grande", apelido de infância pelo qual prefere ser chamado– é crítico das churrasqueiras brasileiras.

Em janeiro, à Folha, Leco revelou a opinião do treinador, dada durante um churrasco no centro de treinamento do clube. Ele "disse que nossas churrasqueiras são péssimas. Elas têm uma profundidade que está errada."

Diante da habilidade demonstrada por Patón no comando da 'parrillada', o São Paulo decidiu ouvir seus conselhos e, no mês passado, fez uma pequena mudança na estrutura da churrasqueira.

Para diminuir a profundidade e deixá-la mais parecida com as argentinas, foram colocadas três camadas de tijolos refratários no fundo.

"Isso é para arrumar a churrasqueira. Lá [na Argentina] é diferente. Chamamos de 'asador'. Aqui é muito profunda. Nós utilizamos algo mais raso", disse.

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	Edgardo Bauza comanda churrasco da comissão técnica no CT do São Paulo, em janeiro