O corintiano estava mal acostumado. Depois de ganhar o Brasileiro de 2015 com uma equipe que qualquer fã escalaria sem hesitar (Cássio, Fagner, Felipe, Gil e Uendel; Ralf e Elias; Renato Augusto, Jadson e Malcom; Love), o torcedor não sabe qual é o time do Corinthians de 2016.

Tite também não. Tanto que contra a Ponte Preta nesta quinta-feira (26), às 11h, no Itaquerão, vai mandar a campo a 25ª equipe diferente nas 31 vezes em que o Corinthians jogou na atual temporada, desta vez em um esquema tático diferente, o 4-2-3-1.

Da base que ameaçou consolidar na reta final do Paulista e na fase de mata-matas da Libertadores, já ficaram pelo caminho o goleiro Cássio, o zagueiro Yago, o meia-atacante Lucca e o atacante André.

Cássio caiu em desgraça nas duas partidas que causaram a eliminação em torneios na temporada, diante do Audax (pelo Paulista) e do Nacional-URU (Libertadores). Na primeira, tomou dois gols de fora da área; na segunda, soltou as duas bolas que resultaram em gols uruguaios.

Yago, que já vinha acossado por Balbuena, foi pego no doping. Mas não perderá a vaga para o paraguaio, que foi para a Copa América, e sim para Vilson, zagueiro que vinha sendo pouco utilizado e foi escalado contra a Ponte.

André, um dos mais criticados, dará lugar na partida desta quinta a Luciano. Já Lucca tinha perdido o seu lugar no trio de meias, que hoje tem Giovanni Augusto, Guilherme e Marquinhos Gabriel.

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O próximo barrado pode ser o volante Bruno Henrique. Criticado por não dar a segurança defensiva de Ralf e por apoiar pouco a armação, tem contra a Ponte talvez a última chance para seguir no time.

Jogará de segundo volante graças à ida de Elias para a Copa América. Como primeiro meia de marcação, posição que era sua, entra Cristian, que vem agradando nos treinos e deve se tornar titular.

"Cristian é um jogador de primeira função, deixa o Bruno com uma função um pouco mais de saída e retorno. Isso permite ao Guilherme ficar mais próximo do Luciano."

Sobre as mudanças, Tite disse que "remontar o time é complicado".

"Fico na expectativa de que a equipe possa manter padrão e regularidade. E isso é acerto e erro (...). Esses ajustes são fundamentais, mas a ideia de futebol é a mesma", afirmou nesta quarta (25).

Novas alterações, porém, deverão surgir no horizonte de Tite. Ao menos dois jogadores, Felipe e Elias, podem ser negociados com o exterior. O lateral Fagner, um dos poucos titulares absolutos do time hoje, pode ir para a Copa América no lugar de Daniel Alves, que sente lesão.

As mudanças no time ocorrem no momento em que jogadores e técnico estão pressionados: o Corinthians não vence há cinco jogos. Se não bater a Ponte, Tite atingirá sua pior série negativa nas três passagens pelo clube.

Na esteira da má fase, torcedores organizados já protestaram pichando muros e batendo boca com jogadores no hotel antes da derrota para o Vitória. Nesta semana, foram ao centro de treinamento conversar com jogadores, atitude permitida e avalizada pela diretoria.

"Aqui não tem vagabundo, sem-vergonha", disse nesta quarta um irritado Tite, no dia de seu aniversário de 55 anos.

E pediu paciência. "O torcedor está mais impaciente. Não falo com gosto, mas com sentimento. Nunca tinha visto substituição com vaia", disse —André e Rodriguinho foram vaiados recentemente.

CORINTHIANS

Walter; Fagner, Felipe, Vilson e Uendel; Cristian e Bruno Henrique; Giovanni Augusto, Guilherme e Marquinhos Gabriel; Luciano T.: Tite

PONTE PRETA

João Carlos, Jeferson, Douglas Grolli, Kadu e Reinaldo; João Vitor, Matheus Jesus e Ravanelli; Felipe Azevedo, Clayson e Wellington Paulista T.: Eduardo Baptista

Estádio: Itaquerão/Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha