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    Para OMS, cancelar ou transferir Jogos do Rio não mudará propagação do zika

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    28/05/2016 00h08

    Pedro Martins/Agif/Folhapress
    Vista aérea do conjunto de instalações do Complexo Esportivo Cidade dos Esportes, na zona oeste do Rio de janeiro, há 100 dias dos Jogos
    A pouco mais de dois meses dos Jogos, o Rio se vê em meio a polêmica sobre o vírus da zika

    A OMS (Organização Mundial de Saúde) informou nesta sexta-feira (27) que "cancelar ou mudar o local de realização dos Jogos Olímpicos de 2016 não vai alterar significativamente a propagação internacional do vírus da zika".

    A declaração ocorreu em resposta à divulgação de uma carta enviada à organização e assinada por 150 cientistas de diferentes partes do mundo. Eles pedem que a realização da Olimpíada seja adiada ou transferida do Rio de Janeiro para outro local devido ao surto de zika, "em nome da saúde pública".

    Para os especialistas, as descobertas recentes sobre o zika tornam "antiética" a manutenção dos Jogos no Rio. Entre os signatários estão Philip Rubin, consultor científico da Casa Branca, médicos e especialistas em ética médica de instituições como as universidades de Oxford, no Reino Unido, e Harvard e Yale, nos Estados Unidos.

    Para a OMS, porém, "não há nenhuma justificativa de saúde pública para adiar ou cancelar os Jogos" com base na avaliação atual do vírus da zika. "A OMS continuará monitorando a situação e atualizando as recomendações, se necessário", informou a organização, em nota.

    Ao todo, cerca de 60 países registram transmissão do vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

    "Pessoas continuam a viajar entre esses países e territórios por diversas razões. A melhor forma de reduzir os riscos de infecção é seguir as recomendações direcionadas aos viajantes", afirma a OMS.

    A organização mantém a recomendação de que grávidas não viajem para áreas de transmissão do vírus, o que inclui o Rio de Janeiro. Desde outubro de 2015, o vírus tem sido relacionado no Brasil à ocorrência de complicações em bebês, como a microcefalia, quadro que indica a possibilidade de uma má-formação no cérebro durante a gestação.

    Para diminuir os riscos, a OMS orienta que parceiros sexuais das gestantes que retornarem de áreas com circulação do vírus sejam aconselhados "a praticar sexo seguro ou abstinência durante toda a gravidez".

    A medida ocorre devido ao número crescente de estudos que apontam também para a transmissão sexual do vírus da zika.

    RECOMENDAÇÕES

    Em meio à polêmica sobre a recomendação do grupo de cientistas em relação à Olimpíada, a OMS voltou a reforçar algumas orientações a turistas e atletas que pretendem viajar para o evento. A primeira é que seja feita uma consulta a um profissional de saúde antes da viagem, além de seguir as orientações das autoridades de saúde do país.

    Outras medidas são usar repelentes "sempre que possível" durante o dia, além de vestir roupas que cubram o corpo para se proteger de picadas de mosquitos.

    O uso de preservativo em relações sexuais também é recomendado, "ou se abster de sexo durante a estadia e por, pelo menos, quatro semanas após seu retorno, particularmente se apresentaram ou apresentam sintomas de infecção pelo vírus da zika", diz a organização.

    Os turistas devem optar por acomodações com ar condicionado, o que permite manter as janelas fechadas, e evitar visitas a áreas sem água encanada e com problemas de saneamento, cenário que aumenta a possibilidade de haver focos do mosquito no local, informa a OMS.

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