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    Copa América

    Messi diz à Justiça que não 'tinha ideia de nada' em acusação de fraude fiscal

    DA FRANCE PRESSE, DE BARCELONA

    02/06/2016 10h11 - Atualizado às 10h45

    Alberto Estevez/Reuters
    Messi durante audiência no tribunal em Barcelona
    Messi durante audiência no tribunal em Barcelona

    O argentino Lionel Messi, 28, afirmou nesta quinta-feira (2) em seu julgamento em Barcelona que dedica apenas à carreira esportiva e não sabia do esquema segundo o qual supostamente fraudou em 4,16 milhões de euros (aproximadamente R$ 16,7 milhões) o fisco espanhol.

    "Eu me dedicava a jogar futebol, confiava no meu pai e em meus advogados e não tinha ideia de nada", afirmou jogador do Barcelona, reafirmando um discurso similar ao utilizado pela defesa desde o início da investigação em 2013.

    "A única coisa que sabia é que assinávamos acordos com determinados patrocinadores, por uma quantidade X de dinheiro e eu tinha que fazer anúncios, fotos e coisas do tipo, mas sobre o dinheiro e para onde ia eu não sabia nada", acrescentou o jogador, que chegou ao tribunal acompanhado de seu pai, Jorge Horacio.

    Ao chegar, o argentino foi aplaudido pela maioria dos curiosos, mas uma pessoa gritou "ladrão" e "vai jogar no Panamá".

    Messi e Jorge Horacio são acusados de uma evasão de 4,16 milhões de euros ao fisco espanhol entre 2007 e 2009, com a utilização de uma série de empresas no Reino Unido, Suíça, Belize e Uruguai para receber os direitos de imagem, evitando assim o pagamento de impostos.

    Durante estes anos, Messi assinou contratos de patrocínio com marcas como Adidas, Konami, Pepsi ou Danone em nome de uma empresa no Uruguai, Jenbril, que pertencia 100% a ele e à qual cedeu a gestão de seus direitos.

    De acordo com o argentino, o emaranhado de empresas foi elaborado por um escritório de advocacia de Barcelona que prestava assessoria à família na área fiscal e que mantinha contato apenas com seu pai.

    "Eu confiava nele e os advogados nos diziam que fizéssemos desta maneira", disse.

    A promotoria aceitou esta versão e antes mesmo do julgamento retirou a acusação contra Messi.

    Mas a Advocacia do Estado, que representa a Fazenda, cujas perguntas Messi não quis responder, manteve a acusação e solicitou uma pena de 22 meses e meio de prisão e uma multa equivalente à quantia defraudada.

    O jogador, um dos quatro atletas mais ricos do planeta segundo a revista Forbes, já devolveu quase cinco milhões de euros ao fisco, correspondentes a sua suposta evasão e juros. Mas ainda corre o risco, ao lado do pai, de pagar uma mula equivalente à fraude e a uma pena de 22 meses e meio de prisão.

    Em caso de condenação, Messi e o pai dificilmente seriam detidos porque na Espanha as penas inferiores a dois anos não são aplicadas quando não existem antecedentes judiciais.
    Agora, Messi retorna à concentração da Argentina, que estreia na segunda-feira (6) na Copa América Centenário contra o Chile em Santa Clara (Califórnia, Estados Unidos).

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