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    Copa América

    Sem Neymar, seleção busca protagonista na Copa América

    MARCEL RIZZO
    ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

    06/06/2016 02h00

    Kevork Djansezian/Getty Images/AFP
    Neymar no estádio Rose Bowl durante o jogo entre Brasil e Equador
    Neymar no estádio Rose Bowl durante o jogo entre Brasil e Equador

    No telão do Rose Bowl, estádio da estreia do Brasil na Copa América Centenário, o craque da seleção nos últimos anos aparecia com tanta frequência quanto os jogadores que dentro de campo empataram sem gol contra o Equador.

    Neymar, que não foi convocado para esse torneio em acordo da CBF com o Barcelona para liberá-lo para a Rio-2016, em agosto, está nos Estados Unidos para gravar um filme e foi no sábado (3) até a arena prestigiar os companheiros. 

    Mas ele desviou tanto a atenção de torcedores e da organização do torneio, que insistia em mostrá-lo no telão, que escancarou algo que já vinha sendo notado por quem acompanha de perto a delegação: a falta de um outro protagonista neste time comandado por Dunga, dentro e fora de campo.

    Os dois favoritos a esse posto foram cortados por lesões musculares.  

    Douglas Costa brilhou tanto dentro das quatro linhas no Bayern de Munique na última temporada, e amadureceu outro tanto fora dele com um trabalho de psicologia feito pelo clube alemão para deixá-lo mais extrovertido, que era a aposta da comissão técnica da seleção para liderar o time sem Neymar. 

    O problema é que ele se apresentou machucado, um exame detectou a lesão, e acabou cortado. 
    Dunga, então, optou por por Kaká, que já estava nos Estados Unidos, onde atua pelo Orlando City.

    Mais velho que os outros dois (tem 34 anos, contra 24 de Neymar e 25 de Douglas), era o cara que poderia ser a referência aos mais novos, mesmo na reserva. Também se machucou e foi embora.

    Do time titular no empate contra o Equador, o mais experiente e que foi o capitão, já que o zagueiro Miranda está machucado, foi Daniel Alves, aos 34. Lateral-direito, ele está longe de ser o protótipo de protagonista.

    "Nosso time tem jogadores novos, que estão se encaixando. Acho que temos vários que podem liderar, mas vejo um coletivo forte também", disse Elias.

    Com as tentativas fracassadas de Douglas Costa e Kaká, Dunga tem batido nessa tecla: apostar num time mais coletivo, sem uma estrela e referência. 

    O estilo de jogo do time no amistoso contra o Panamá (vitória 2 a 0) e contra o Equador é mais democrático, sem que a bola seja obrigada a passar tantas vezes pelo mesmo jogador. Mas muitas vezes falta o poder de definição, e esta foi a reclamação de Dunga após o empate na estreia.

    "Temos que arriscar mais chutes, de média e longa distância", disse o treinador.

    Dunga gosta muito do futebol de Willian, por exemplo, tanto que quer levá-lo como um dos três jogadores acima do limite de 23 anos que o regulamento da Olimpíada permite (os outros são Neymar e Miranda). Só que a avaliação da comissão técnica é que o meia-atacante do Chelsea não pode ser o protagonista, até por seu estilo de jogo solidário, de servir os companheiros.

    Com o corte de Kaká, Dunga levou aos Estados Unidos o meia Paulo Henrique Ganso, que está em excelente fase no São Paulo, e não tinha chance na seleção desde fevereiro de 2012. 

    Ele ficou no banco contra o Equador, mas tinha acabado de se juntar à delegação e nem sequer um treino fez. Com trabalho até a partida de quarta (8), contra o Haiti, e mais tempo ainda até o confronto frente o Peru, domingo (12), há quem aposte que ele pode assumir o protagonismo do compadre Neymar – é padrinho do filho do atacante do Barcelona, com quem atuou no Santos.

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