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    Ex-sócio de Del Nero, deputado recebe quase R$ 33 mil mensais da CBF

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    09/06/2016 17h30

    Diretor de assuntos internacionais da CBF, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) admitiu nesta quinta (9) que recebe salário da entidade.

    O parlamentar disse que é favorável à transparência da confederação, mas se recusou a declarar o valor do seu salário.

    Depois de participar da reunião do comitê de reformas, Cândido se limitou a dizer que a sua remuneração é "muito próxima" a de um deputado federal. Um deputado ganha R$ 33,7 mil mensais.

    "Acho justo porque presto um serviço. Mas não vou falar o valor. Não sei a hierarquia dos salários da casa", afirmou o deputado, que foi sócio do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, num escritório de advocacia em São Paulo.

    No ano passado, ele declarou que não era remunerado pela CBF.

    Del Nero é investigado pelo FBI, pela Fifa e por duas CPIs —uma na Câmara dos Deputados e outra no Senado.

    Cândido disse que é legítimo receber salário da CBF e "defender os interesses do esporte na Câmara". "Não vejo conflito", afirmou o deputado federal, que não ocupa assento na CPI da Máfia do Futebol.

    O parlamentar deixou o prédio da CBF antes do final da reunião do Comitê de Reformas. A saída do encontro, segundo ele, foi antes dos integrantes começarem a discutir o Código de Ética da entidade.

    NOTA SEIS

    Ao ser indagado sobre qual nota daria para a transparência da confederação, ele respondeu: "Seis".

    Na terça (7), os deputados da CPI da Máfia do Apito aprovaram requerimento para a CBF enviar os contratos com os patrocinadores e a folha de pagamento.

    Cândido disse que a confederação não deve enviar os documentos a CPI.

    "Acho que não. Nem o Congresso entrega a folha de pagamento alegando sigilo. Sou contra o estado meter o bedelho onde não é função dele", disse o deputado.

    No ano passado, a CPI do Futebol, no Senado, aprovou requerimento parecido, mas a CBF obteve liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) para não divulgar os contratos.

    Os contratos de patrocínios são a maior fonte de financiamento da entidade. No ano passado, a CBF arrecadou R$ 359 milhões com os parceiros.

    Autoridades acreditam que somente tendo acesso aos contratos da entidade e a movimentação financeira de suas contas será possível investigar com rigor a CBF.

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