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    Dois anos após Copa, Arena Pantanal está inacabada

    PABLO RODRIGO
    DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CUIABÁ (MT)

    13/06/2016 02h00

    "Nós sabíamos que a Arena Pantanal não se manteria com os recursos advindos dos campeonatos locais. Por isso foi pensada como uma arena multiuso, para receber shows e atividades que não fossem apenas os jogos de futebol."

    A frase é do o ex-diretor de Infraestrutura da extinta Agecopa (Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Mundo), Carlos Brito, mas ele próprio admite que a concepção de multiuso é "pouco desenvolvida hoje" no Brasil e em Cuiabá.

    Conforme levantamento da Folha publicado no domingo (12), o estádio mato-grossense tem a menor taxa de ocupação nos jogos entre as 12 arenas utilizadas na Copa do Mundo, com apenas 13%.

    Com capacidade para mais de 41 mil pessoas, a Arena Pantanal recebe uma média de público de 5.194 pessoas.

    Arte

    Segundo Brito, para que essa "concepção de multiuso" funcionasse, a arena foi pensada para depois ter concessão para uma operadora de serviço, que administraria o estádio para outros eventos. "Mas não sei por que motivo isso foi abandonado e se focou apenas para os jogos da Copa do Mundo, disse.

    Cuiabá comemorou com festa quando a cidade foi confirmada para a Copa, em maio de 2009. Em evento na praça 8 de Abril, foram quase 15 minutos de queima de fogos, com blocos de escolas de samba, gente vibrando, chorando, ajoelhada e agradecendo a Deus pela notícia.

    No entanto, sete anos depois, além da baixa ocupação, a arena ainda está inacabada.

    As obras da Arena Pantanal se encontram paralisadas, já que a empresa Mendes Júnior não aceitou retomá-las, e o contrato se encontra na Justiça.

    Segundo o secretário de Estado de Cidades, Eduardo Chilleto, as obras só serão retomadas após saída judicial.

    Os problemas já tiraram jogos da Arena Pantanal da Série A do Brasileiro deste ano. Sem laudo técnico por causa dos problemas de acabamento nas partes elétricas, hidráulicas, na limpeza e até no gramado, a CBF vetou as partidas em Cuiabá.

    A construção da Arena Pantanal teve um custo de cerca de R$ 700 milhões. Já a manutenção mensal do estádio custa ao governo do Estado cerca de R$ 650 mil.

    CENTROS DE TREINAMENTO

    O ex-diretor Carlos Britto ainda lembra que os COTs (Centros Oficiais de Treinamentos) atenderiam à demanda do futebol local, recebendo jogos e deixando a Arena Pantanal apenas para grandes jogos e eventos.

    "Por isso os dois COTs foram pensados e planejados no padrão Fifa para poder receber os jogos do campeonato estadual." Segundo ele, o COT do Pari foi pensado para 6.000 pessoas e depois da Copa seria ampliado para 10 mil lugares. Até hoje, porém, os centros não estão prontos.

    Já o ex-diretor de Comunicação da Agecopa Roberto França diz que o projeto multiuso ainda pode ser colocado em prática. Para ele, os jogos do Brasileiro são a prova de que pode dar certo. "Tivemos partidas com 39 mil, 30 mil pessoas", disse.

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