Atual vice-campeão do NBB (Novo Basquete Brasil) e da Liga das Américas, e com dois atletas na seleção olímpica, o Bauru corre o risco de ser desmontado após o principal patrocinador da equipe, uma empresa de recuperação de crédito, ter retirado a cota master que bancava 60% dos gastos.

O motivo do corte do patrocínio da Paschoalotto, que é o principal da equipe bauruense desde 2012, foi a crise econômica. "Devido ao momento econômico do país, a Paschoalotto precisou redimensionar seu investimento no projeto basquete. A empresa precisa focar seu negócio para garantir todos os empregos que ela gera", afirmou Rodrigo Paschoalotto, dono da empresa, que vai continuar com uma cota bem menor.

Estima-se que o orçamento anual da equipe para a temporada 2015/2016, finalizada em junho, tenha chegado a R$ 5 milhões –informação não confirmada pela diretoria. Atualmente, a equipe dispõe de apenas R$ 2 milhões com os patrocinadores que ficaram. Com a queda, todos os contratos do time profissional foram rescindidos.

"Com esse valor que temos agora, nós conseguimos disputar o NBB com um time sub-19, mas aí a Liga (Nacional de Basquete, organizadora do NBB) não autorizaria por questões técnicas", diz o diretor-técnico do Bauru, Vitor Jacob. Esse custo cobriria uma equipe barata, além de deslocamentos, hotéis e outros custos fixos.

	NBB/Divulgação
	Lance do jogo entre Bauru e Flamengo, pela final da NBB

Agora, a direção do time de basquete corre contra o relógio para conseguir pelo menos manter a base que se destacou nos últimos anos. Entre os jogadores que estão sem contrato e negociam permanência estão o ala Alex e o pivô Rafael Hettsheimeir, ambos na seleção olímpica, e os alas Jefferson, Léo Meindl e Robert Day.

Três jogadores já deixaram a equipe. O armador Ricardo Fischer fechou com o Flamengo, o pivô Murilo negocia como Vasco da Gama e o pivô Wesley deve ir para o Barcelona (Espanha).

Para conseguir mais dinheiro e manter uma equipe de alto nível, uma vez que também vai disputar a Liga das Américas na temporada 2016/2017, o Bauru está lançando cotas menores de patrocínio para atrair empresas interessadas em investir no esporte, além do reforço no sócio-torcedor. Um outro projeto chama a atenção. A diretoria quer que empresas "adotem" jogadores.

Esse projeto de "adoção" deixa os salários de um jogador custeados por uma empresa específica, que poderá atuar em ações de marketing com a camisa do time. "Estamos correndo. Temos até o fim do mês para confirmar a participação no NBB desta temporada. Fizemos várias propostas para empresas", diz Jacob.

Enquanto isso, a participação no Campeonato Paulista foi confirmada. Inicialmente, vão entrar em quadra jogadores do time sub-19 em uma mescla com atletas que já faziam parte do time profissional, como os armadores Guilherme e Stéfano, e o ala Leo Eltink.

Nos últimos anos, o Bauru Basket foi duas vezes campeão paulista (2013 e 2014), da Liga Sul-Americana (2014) da Liga das Américas (2015), vice-campeão do NBB (2014/2015 e 2015/2016), vice-campeão Mundial (2015) e vice-campeão da Liga das Américas (2016). A equipe também disputou dois jogos amistosos da NBA, como convidado, contra New York Knicks e Washington Wizards.