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    Eurocopa

    Herói português na Euro morou em orfanato e viveu seca de gols

    IGOR UTSUMI
    DE SÃO PAULO

    11/07/2016 13h17 - Atualizado às 13h14 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    "O patinho feio tornou-se bonito", disse o técnico português Fernando Santos após a vitória de Portugal contra a França na final da Eurocopa, neste domingo (10).

    O treinador se referia a Ederzito António Macedo Lopes, ou Éder, autor do único gol da partida, já no segundo tempo da prorrogação.

    Nascido em Guiné-Bissau, colônia portuguesa até 1974, Éder, 28, foi criticado pela imprensa e torcedores portugueses até o jogo da final, quando se consagrou com o gol do título.

    Atualmente no Lille, da França, o atacante de 1,90m de altura era classificado como um jogador desengonçado.

    "Era visto como alguém que não sabe tratar a bola, com dificuldade de marcar gols, que só contribui por aumentar a capacidade física da equipe", afirma o jornalista português Pedro Cunha, do portal Mais Futebol.

    Cresceu em um orfanato católico na cidade de Coimbra, longe dos pais que não tinham condições financeiras para sustentá-lo.

    Depois de jogar em clubes menores, foi contratado pelo Sporting Braga, onde começou a se destacar e foi apelidado de "Éderbayor", pela semelhança física com o atacante togolês Emmanuel Adebayor, um de seus grandes ídolos no futebol.

    Em 2013, rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho e teve dificuldades para manter o nível nas atuações.

    O zagueiro Kadu, atualmente na Ponte Preta, jogou com o atacante no Braga. "Ele me acolheu muito bem. Quando cheguei o resto do time estava no meio da temporada. Convivi mais com o Éder e o pessoal do departamento médico", afirma. "Voltou a jogar no fim da temporada, aos poucos, mas sempre deu muito trabalho para zagueiros."

    Éder passou a ser conhecido como o "patinho feio" da seleção após passagens discretas pela seleção e pelo Swansea, do País de Gales, no ano passado.

    Até os quatro minutos do segundo tempo da prorrogação, quando acertou o chute de fora da área que garantiu o troféu português, Éder era contestado pela torcida. Não por Cristiano Ronaldo.

    "Senti que era ele que resolveria o problema", disse o atacante do Real Madrid em entrevista após o jogo à rede de televisão portuguesa RTP. Éder depois confirmou que recebeu a confiança do craque lesionado.

    O gol mais importante da história de Portugal foi apenas o quarto marcado por Éderzito com a camisa do país. O suficiente para as capas dos jornais portugueses transformarem o "patinho feio" em "herói improvável".

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