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    Corinthians diz que localização da arena foi fator negativo para eventos

    CAMILA MATTOSO
    DE SÃO PAULO

    16/07/2016 02h00

    Em documento enviado à Caixa Econômica Federal para pedir a suspensão temporária dos pagamentos referentes a empréstimo com o BNDES, o Corinthians e o fundo que gerencia a arena em Itaquera afirmam que o atraso das obras por parte da Odebrecht causou "um impacto bastante negativo" na capacidade de geração de receita.

    Eles afirmam, ainda, que superestimaram as receitas e não dimensionaram as despesas corretamente.

    São esses os fatores que eles usam para pedir a extensão do prazo de carência para pagar o empréstimo por mais 17 meses –a Caixa, que é o banco repassador dos R$ 400 milhões do BNDES, ainda não respondeu ao pedido e pede mais garantias para poder atender o pedido.

    No documento, em uma longa apresentação, o fundo e o Corinthians explicam ponto a ponto o que na arena atingiu as expectativas e o que ficou aquém do previsto.

    Um dos itens destacados é o de "eventos e locação". Eles explicam que o atraso das obras pela Odebrecht também inviabilizou a utilização das áreas no ano de 2015.

    O documento destaca ainda o que eles chamam de "feedback negativo do mercado", ou seja, motivos que causaram pouco interesse para potenciais locatários: a localização do bairro e a não utilização do gramado.

    Como positivo listam fácil acesso pelo metrô, espaços surpreendentes em capacidade e qualidade, oportunidade de vários tipos de eventos e amplo estacionamento.

    O total de contratos fechados até julho de 2015, segundo o mesmo documento, foi de R$ 45 mil. A receita projetada até o final do ano passado era de R$ 375 mil, já considerando receitas "reais". Para o ano de 2016, a arrecadação esperada é de exatamente o dobro.

    Procurada pela reportagem, a construtora Odebrecht disse que não comentaria.

    O Corinthians, por sua vez, afirmou que responderia, mas não se manifestou até o encerramento desta edição.

    AUDITORIA

    Há uma auditoria em andamento que tenta verificar exatamente o que foi feito e o que não foi em relação ao projeto acertado com a Odebrecht no contrato firmado para a realização das obras. Não há prazo para a finalização desse levantamento.

    Andrés Sanchez, ex-presidente do clube e responsável por acompanhar as obras do estádio, afirmou em outras ocasiões que cogita pedir desconto se a auditoria mostrar que nem tudo o que era previsto foi feito pela Odebrecht.

    Como mostrou a Folha no dia 9 de julho, o clube vai desembolsar, ao final do pagamento de todo financiamento, em 2028, ao menos R$ 1,64 bilhão, contando juros de todas as operações de empréstimos, inclusive o do BNDES.

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