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    Copa do Mundo 2018

    Tite investe na conversa com jogadores e dispensa improvisações na escalação

    GUILHERME SETO
    ENVIADO ESPECIAL A QUITO

    30/08/2016 02h00

    Sempre que um treinador se destaca e passa a ser cotado para assumir alguma seleção, alguém surge para lembrar que comandar seleções é totalmente diferente de um clube e que o tempo para treinar é curto.

    Diante dessa limitação, Tite tem adotado estratégias alternativas para maximizar o rendimento do tempo de trabalho: conversas contínuas com jogadores, acompanhamento do preparo físico e utilização dos atletas apenas nas funções que desempenham nos seus clubes.

    Antes de se encontrar pessoalmente com os jogadores, entre domingo (28) e segunda-feira (29), em Quito, o técnico já havia conversado com todos eles. A ideia era familiarizá-los com as propostas táticas e os posicionamentos que serão postos em prática.

    Assim, com o começo dos treinamentos, a conversa genérica sobre sistema tático foi encurtada e cada jogador já havia processado por alguns dias as funções que desempenhará em campo.

    Tite também conversou com 16 treinadores para ter mais detalhes sobre atletas. Profissionais como Roger Machado, Edgardo Bauza, Muricy Ramalho, Ricardo Gomes, Cuca e Paulo Bento, entre outros, ajudaram o treinador da seleção a entender melhor o estilo de cada jogador. Mais uma vez, o conceito é aproveitar melhor o curto espaço de tempo. Por isso, Tite não quer saber de improvisações.

    "Minhas conversas com o Tite sempre tratam do atemporal, dos aspectos táticos do jogo, e menos sobre circunstâncias ou equipes específicas", explica Roger, técnico do Grêmio, sobre o contato com seu ex-técnico.

    Por trabalhar com o zagueiro Geromel e ter dirigido o meia Giuliano no Grêmio, ele pôde dar ao colega detalhes dos atletas.

    "O Giuliano é muito intenso, dá 110% no treino e tem leitura incrível do jogo. Aprendi muito com ele, que entende muito bem as funções defensivas e ofensivas. Já o Pedro [Geromel], além da capacidade destrutiva, é construtor. É um zagueiro que sabe começar jogadas, iniciar ataques de trás, característica muito ao gosto do Tite", diz o gremista à Folha.

    ZIDANE

    Além de técnicos que trabalham ou trabalharam no Brasil, Tite e seus assistentes falaram com treinadores de clubes europeus, entre eles Zinedine Zidane, do Real Madrid, a quem perguntaram sobre o volante Casemiro e o lateral Marcelo.

    Os casos dos jogadores do leste europeu e da China eram mais complicados, pois são ligas de menor expressão. Por isso, o auxiliar e filho de Tite, Matheus Bacchi, viu pessoalmente jogos de Taison e Paulinho, na Suíça (onde o Shakhtar Donetsk, clube de Taison, jogou pela Liga dos Campeões) e na China.

    BOA FORMA

    Por fim, Tite também adotou critérios de maximização do tempo nas convocações. A comissão técnica tem monitorado os atletas de seu interesse, mantendo contato com os departamentos médicos de clubes do mundo todo.

    Thiago Silva, do PSG, não foi convocado por causa desse controle, assim como Douglas Costa, do Bayern de Munique. A intenção do técnico é que apenas jogadores em plena forma física se apresentem à seleção.

    Brasil e Equador se enfrentarão nesta quinta-feira (1º), pela sétima rodada das eliminatórias para a Copa de 2018. O time da casa está na segunda colocação, com 13 pontos, enquanto o Brasil ocupa a sexta posição, com nove.

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