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    Copa do Mundo 2018

    Técnico da Colômbia diz que jogo é 'nova oportunidade' e elogia Tite

    FABIANO MAISONNAVE
    DE MANAUS

    06/09/2016 12h43

    Christophe Simon/AFP
    José Pékerman observa treino da seleção colombiana em Manaus
    José Pékerman observa treino da seleção colombiana em Manaus

    Ecoando o clima de pacificação na Colômbia após a recente assinatura de um acordo para encerrar a longa guerra civil, o técnico José Pékerman comparou seu trabalho ao processo de paz e disse esperar que o jogo de desta terça-feira (6) coloque um ponto final na violência que tem marcado os jogos contra o Brasil desde a Copa de 2014.

    "Temos de falar de futebol, e cada partida é uma nova oportunidade para que possamos desfrutar um bom jogo e fazer um bom espetáculo", disse Pékerman, em entrevista na Arena da Amazônia, ao ser questionado por um jornalista colombiano sobre "como evitar que caiamos em provocações". 

    Na imprensa colombiana, as recentes confusões entre as duas equipes têm sido atribuídas ao comportamento dos brasileiros. 

    O jornal "El Tiempo", o maior do país, afirmou que o Brasil era o "grande representante na Terra do jogo bonito", mas se tornou violento para compensar a falta de talento das últimas gerações. "E a Colômbia caiu nesse jogo nos últimos quatro enfrentamentos." 

    No jogo em 2014, que valeu a passagem do Brasil para a semifinais, houve 54 faltas (31 de brasileiros). Na partida, Neymar levou uma joelhada do lateral Zuñiga nas costas, fraturou uma vértebra e ficou fora do vexame dos 7 a 1 para a Alemanha.

    Procurando não alimentar essa narrativa, o técnico argentino, que dirigiu a Colômbia durante a Copa, disse que a rivalidade com o Brasil é um "elogio": "Isso significa ter a Colômbia em consideração. É bom, porque sempre buscamos é que se respeite nosso futebol".

    Pékérman tampouco poupou elogios a Neymar, pivô das recentes confusões com a Colômbia. "Como jogador, é fantástico. Todo mundo no futebol valoriza, admira e quer ver jogar. São jogadores sem fronteiras e sem país".

    Sobre Tite, ele disse que teve um começo perfeito à frente da seleção brasileira. "Quando uma equipe reinicia um ciclo, é preciso buscar equilíbrio, tentar conseguir o resultado e gerar confiança nos jogadores. As três coisas ocorreram na partida do Brasil contra o Equador." 

    Na entrevista, não faltou uma pergunta sobre o acordo de paz, tema que domina a agenda política nos últimos anos e que vai a referendo popular em outubro: "Um país quer avançar, quer mostrar o melhor que tem. De fato, nós, ao menos na parte esportiva, sempre tentamos refletir isso", disse Pékérman, chamado por um jornalista de "um colombiano mais".

    O Brasil e Colômbia vêm de vitórias nas eliminatórias e disputam uma vaga no G4, que classifica para a Copa de 2018 sem necessidade de repescagem.

    O Brasil está em quinto lugar nas eliminatórias com 12 pontos, um a menos do que a Colômbia, na terceira posição.

    Bruno Kelly /Reuters
    José Pékerman durante treino da seleção colombiana
    José Pékerman durante treino da seleção colombiana
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