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    Portuguesa enfrenta Tombense de olho no Rio para evitar rebaixamento

    RAPHAEL HERNANDES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE SÃO PAULO

    18/09/2016 02h00

    Neste domingo (18), às 16h, a Portuguesa enfrenta o Tombense fora de casa. Uma derrota lusitana significa a queda do time para a Série D, quarta e última divisão do Campeonato Brasileiro.

    Esse seria o quarto rebaixamento do clube paulistano em três anos. Em 2013, caiu da Série A para a Série B do Brasileiro. Em 2014, foi para a Série C. E, no ano passado, veio o rebaixamento para a Série A2 do Campeonato Paulista.

    Apu Gomes/Folhapress,
    Estádio do Canindé; parte social nas adjacências do estádio deve ser leiloada em novembro
    Estádio do Canindé; parte social nas adjacências do estádio deve ser leiloada em novembro

    Mesmo que vençam, os lusitanos dependem também de um revés do Macaé, que recebe o Botafogo-SP no mesmo horário. A equipe fluminense é a oitava na tabela, fora da zona de rebaixamento e imediatamente à frente da Portuguesa, com um ponto a mais.

    Nesta quinta-feira (15), o presidente do clube, José Luiz Ferreira de Almeida, disse estar otimista com as chances de permanência. Independentemente do resultado, no entanto, ele afirmou que este domingo não será um dia de festa. "Nem que ganhem de 20 a 0".

    O dirigente ainda eximiu os jogadores de qualquer culpa quanto à crise que atinge o clube.

    "É um time formado há dois meses. Se tem alguém que não tem culpa, são os jogadores", afirmou.

    Os jogos de Portuguesa e Macaé devem ser complicados. Os adversários das duas equipes, respectivamente Tombense e Botafogo-SP, estarão em campo para algo além de cumprir tabela.

    O Tombense está na sexta posição, com 26 pontos, e tem chances de ir à próxima fase caso vença.

    Já o Botafogo-SP é o terceiro colocado, com 30 pontos. Um empate garantiria sua classificação. Uma vitória, no entanto, poderia levar o time ao segundo lugar e trazer um caminho teoricamente mais fácil na segunda fase.

    Antonio Cicero
    O meia Junior Timbó durante partida entre Portuguesa e Boa Esporte, pela Série C
    O meia Junior Timbó durante partida entre Portuguesa e Boa Esporte, pela Série C

    CRISE

    O atual presidente da Portuguesa assumiu o time em abril deste ano. Na época, com o clube já endividado, precisou aliviar uma folha salarial de aproximadamente R$ 150 mil.

    Para isso, ele promoveu uma reformulação na equipe. Dispensou a maioria dos jogadores e contratou outros 20. Conseguiu cortar o gasto pela metade, mas o elenco perdeu qualidade.

    Na parte financeira, a crise na Portuguesa começou com uma ação judicial em 2002, do ex-jogador Tiago Moraes Barcellos. Ele cobrava cerca de R$ 5 milhões. Após acordo, a Portuguesa quitou só metade do valor -e o jogador procurou a justiça.

    O processo cita também outros sete atletas que passaram pelo clube, dívidas com a prefeitura e referentes ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) nos anos de 2005, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016.

    Os débitos do clube são de aproximadamente R$ 250 milhões e, por decisão judicial, foi lançado no fim de agosto deste ano um edital para o leilão de parte do Canindé para quitar parte deles. O pregão aconteceria a partir do dia 7 de novembro.

    Na quinta (15), o presidente do time afirmou que tentará impedir a venda da propriedade e citou negociações com investidores como alternativa.

    Mesmo que caia para a Série D, o dirigente diz acreditar que esse não seria o fim da Portuguesa. Ele não estaria no comando do clube nessa situação, uma vez que tem mandato até a primeira quinzena de dezembro e já afirmou que não pretende tentar a reeleição.

    Raphael Hernandes/Folhapress
    O presidente da Portuguesa, José Luiz Ferreira de Almeida, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (15) para falar sobre o leilão da propriedade do clube no Canindé
    O presidente da Portuguesa, José Luiz Ferreira de Almeida, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (15) para falar sobre o leilão da propriedade do clube no Canindé

    INSTABILIDADE NA PORTUGUESA ENTRE 2014 E 2016

    3 presidentes

    - Ilídio Lico - jan.14 a mar.15

    - Jorge Manuel M. Gonçalves - abr.15 a mar.16

    - José Luiz F. de Almeida - desde abr.16

    *

    14 treinadores

    2014
    Guto Ferreira, Argel Fucks, Marcelo Veiga, Gerson Sodré, Silas, Benazzi e Zé Augusto

    2015
    Ailton Silva, Antonio Lopes dos Santos e Estevam Soares

    2016
    Estevam Soares, Ricardinho, Anderson Beraldo, Jorginho e Márcio Ribeiro

    *

    Crise técnica
    Desde o início de 2014, quase 160 jogadores atuaram pelo clube

    Crise financeira
    Avaliado em R$ 154 milhões o estádio do Canindé vai leilão em novembro. A dívida do clube já é de quase R$ 200 milhões, mas ainda pode crescer

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