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    Com aval de Taffarel, STJD decide que goleira não entregou partida em final

    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    06/10/2016 02h00

    Matt Kryger/USA Today Sports/Reuters
    Luciana em ação pela seleção brasileira no jogo contra a Austrália, pelo Mundial de 2015
    Luciana em ação pela seleção brasileira no jogo contra a Austrália, pelo Mundial de 2015

    O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) decidiu arquivar o processo contra a goleira Luciana Maria, 29, acusada de ter um comportamento "estranho" nas duas partidas da final do Brasileiro de futebol feminino, principalmente no segundo confronto, quando seu ex-clube, o Rio Preto, perdeu para o Flamengo por 2 a 1.

    Com o resultado da segunda partida, realizada no dia 20 de maio, em São José do Rio Preto, o time carioca sagrou-se campeão do torneio –o primeiro jogo terminou com vitória do clube do interior de São Paulo por 1 a 0.

    Luciana foi acusada pelo vice-presidente e diretor jurídico do Rio Preto, José Eduardo Rodrigues, de não se mexer no primeiro gol do rival, marcado de pênalti, e por soltar uma bola em um chute de fora da área e ir devagar para o rebote no segundo.

    De acordo com o STJD, o processo foi arquivado após Taffarel e Juarez Francisco dos Santos, o Veludo, preparadores de goleiros da seleção masculina e feminina, respectivamente, serem ouvidos e analisarem os vídeos que constavam no processo.

    Taffarel classificou a ação de Luciana como "infeliz" no segundo gol. Segundo o órgão, o ex-goleiro da seleção afirmou também que não poderia fazer uma observação mais profunda porque "desconhece o nível de goleiras do futebol feminino".

    Já Veludo concluiu que a "falha foi normal" e que a goleira teve uma "atuação regular, nada de diferente em sua performance dentro de campo", e que ainda fez uma "importante e difícil defesa no final, evitando o terceiro gol".

    Jogo entre Rio Preto e Flamengo

    Com o depoimento de Taffarel e Veludo, o auditor Décio Neuhaus determinou o arquivamento do inquérito. Jogadoras e representantes dos times sequer foram ouvidos.

    Luciana, que após a acusação ficou fora da lista de 18 jogadoras convocadas pelo técnico Vadão para Olimpíada, afirmou estar aliviada.

    "É horrível você ser acusada de uma coisa que não fez. A verdade prevaleceu, já que as pessoas conhecem o meu caráter", disse a goleira. "Tenho certeza que esse fato não atrapalhou minha convocação. Fiquei fora por opção do treinador [Vadão]", acrescentou, em entrevista à Folha.

    Luciana foi contratada pelo Rio Preto em fevereiro no "draft", seleção realizada com as jogadoras que faziam parte da equipe nacional feminina permanente da CBF.

    Campeão brasileiro em 2015, o time de São José do Rio Preto tinha como prioridade fazer a primeira escolha e optou pela goleira. Ela já tinha atuado no clube e foi uma das principais responsáveis pelo título nacional.

    Atualmente na Ferroviária, ela afirmou que jamais voltará a trabalhar com José Eduardo Rodrigues.

    O dirigente lamentou a decisão do tribunal desportivo.

    "Respeito, mas não concordo com essa decisão. Levantei uma grave suspeita com o intuito de moralizar o futebol. São fatos tão graves que aconteceram e o STJD recusou a apurar. Estávamos prontos para ajudar", disse.

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