Local de jogos históricos, a Vila Belmiro faz cem anos na quarta (12), mas pode estar com os dias contados.

A ideia da atual diretoria do Santos é que o estádio que viu nascer craques como Pelé, Robinho e Neymar fique restrito a jogos de pouca representatividade. Isso porque o Santos tem um projeto para iniciar a construção de uma nova arena em 2017.

"Uma comissão está analisando o contrato para que a gente possa avançar. A ideia é que tudo esteja assinado até março", afirmou o presidente do clube alvinegro, Modesto Roma Júnior, à Folha.

Orçada em R$ 450 milhões, a arena comportaria cerca de 27 mil torcedores –contra 16 mil na Vila Belmiro– e seria erguida em um terreno pertencente à União, que fica a um quilômetro do atual estádio, em frente ao CT Rei Pelé.

O projeto tem a participação das empresas Conexão 3 e Fernandes Arquitetura, além de um grupo de investidores dos EUA que não teve o nome divulgado pelo clube.

Pelo acordo, o Santos teria 40% dos direitos na sociedade e 12% em bilheteria de eventos e jogos nos primeiros cinco anos -a fatia aumentaria com o passar do tempo. A ideia é que o clube não gaste nada na construção.

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	Novo projeto do Arena Santos, que deve custar R$ 450 mi e comportarcerca de 27 mil torcedores

Na negociação, porém, a velha Vila Belmiro não ficaria esquecida. A ideia é que o grupo de investidores aporte R$ 25 milhões para renovação do atual estádio santista.

"Ela [a Vila] será usada para jogos menores, para a parte histórica e como um equipamento turístico para shows menores", disse Roma Júnior.

Um dos poucos estádios da primeira divisão do Brasileiro que não passaram por uma modernização, a Vila Belmiro recebe pouco público.

O Santos tem média de 11 mil torcedores nos jogos realizados no estádio e a renda é bem inferior às de seus rivais Palmeiras e Corinthians, que têm modernas arenas.

Os clubes paulistanos têm arrecadações brutas de cerca de R$ 2 milhões por partida. Já a o Santos tem média de R$ 470 mil por confronto.

A fim de obter uma maior renda e aproximar o torcedor que vive na capital, o Santos promoveu três partidas do Nacional no Pacaembu, e a ideia é que isso continue sendo feito mesmo após a construção da nova arena.

"Eu acho importante mandar jogos no Pacaembu, onde a torcida também está", disse o presidente que fica no cargo até dezembro de 2017.

Segundo Modesto, os jogos no Pacaembu só são rentável quando o número de pagantes ultrapassa os 18 mil.

Na última vez em que disputou uma partida no estádio municipal, 28.700 pessoas foram assistir ao duelo contra o Santa Cruz e a renda líquida foi de R$ 408.274,04.

Já o último jogo na Vila, contra o Fluminense, um confronto direto por vaga na Libertadores, contou com a presença de 5.263 torcedores para um renda líquida de R$ 10.715,34. A manutenção do estádio centenário gira em torno de R$ 200 mil por mês.

A intenção com o novo estádio é aumentar a renda e atrair o público para uma nova era na história santista.

COMEMORAÇÃO

Para celebrar os 100 anos da Vila Belmiro, o Santos promove uma série de eventos durante o mês de outubro.

Neste sábado (8), Santos e Benfica, de Portugal, se enfrentaram para marcar a despedida do lateral esquerdo Léo. O jogador que teve passagens pela seleção encerrou sua carreira na equipe santista em 2014, mas passou pelo time português entre 2005 a 2009.

Com gols de Salvio, para o Benfica, e de Fabián Noguera, para o Santos, o duelo terminou empatado em 1 a 1.

	Eduardo Knapp/Folhapress
	Torcida comemora vitória do Santos sobre o Audax na final do Campeonato Paulista