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    Técnicas mulheres ainda são raridade no circuito mundial feminino de tênis

    CHRISTOPHER CLAREY
    DO "THE NEW YORK TIMES"

    23/10/2016 02h00

    Alexander Zemlianichenko/AP
    Australia's Daria Gavrilova returns a shot during the final match against Russia's Svetlana Kuznetsova at the Kremlin Cup tennis tournament in Moscow, Russia, Saturday, Oct. 22, 2016
    Australiana Daria Gavrilova é uma das únicas no top 50 com uma mulher como treinadora

    A despeito de indicações de mudança -como a recente passagem de Amélie Maresmo pelo posto de treinadora de Andy Murray-, as mulheres continuam a ser muito raras entre os treinadores do tênis profissional.

    E não estamos falando só entre os tenistas do masculino. Quando começarem as finais da WTA, domingo (23) em Cingapura, nenhuma das oito jogadoras será treinada por uma mulher. Abaixo na hierarquia do esporte, os números não melhoram muito. Só três das 50 mulheres que encabeçam o ranking WTA têm uma mulher de técnica.

    É uma questão complicada, relacionada a uma cultura onde a posição dos homens como treinadores é enraizada, e à realidade prática de que os jogadores contratam homens por preferir treinar jogando contra homens.

    Mas diversas iniciativas novas têm por foco promover mudanças. "Acredito que veremos mudança, com mais mulheres como treinadoras de jogadores top 100 do ranking", disse Martin Blackman, diretor de desenvolvimento de atletas na Associação de Tênis dos EUA.

    O processo se inicia por talentos emergentes como a australiana Daria Gavrilova, 22, treinada há muito tempo por Nicole Pratt e que agora adicionou Biljana Veselinovic à sua comissão técnica.

    E pela croata Ana Konjuh, 18, que chegou às quartas de final do Aberto dos EUA este ano treinada por Jelena Kostanic Tosic, que foi top 50 como jogadora e foi contratada para treinar a compatriota.

    "Acho que é importante porque homens nunca jogaram a WTA", disse Konjuh.

    A questão é mundial, disse Luca Santilli, diretor executivo para o desenvolvimento do esporte na Federação Internacional do Tênis.

    Santilli fez parte de um grupo de trabalho sobre o tênis juvenil, em 2014, envolvendo dez países, entre os quais Argentina, Austrália, Reino Unido, França, Japão e Estados Unidos. Santilli disse que nesses países, a proporção de mulheres entre os treinadores era de 20%.

    Por enquanto, as únicas jogadoras no top 50 da WTA com mulher como treinadora são Ekaterina Makarova, Jelena Ostapenko e Gavrilova, ainda que outras tenham mulheres em seus estafes.

    Elina Svitolina, ucraniana 15ª do ranking, trabalha em tempo parcial com Justine Henin, que quando jogadora chegou à primeira posição.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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