• Esporte

    Tuesday, 07-May-2024 17:33:37 -03

    Campeonato Brasileiro 2016 - Série A

    Atual edição do Brasileiro registra pior marca da história de um artilheiro

    DANIEL CASTRO
    EDUARDO RODRIGUES
    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    04/11/2016 02h00

    O Campeonato Brasileiro chega à sua 34ª rodada com a pior produtividade de um artilheiro na história do torneio desde 2006, primeira edição com 20 clubes na era dos pontos corridos.

    Fred é o goleador até o momento, com 13 gols. Ele marcou dois pelo Fluminense, pelo qual iniciou o torneio, e 11 pelo Atlético-MG. Para não entrar para os registros como o artilheiro que menos marcou, precisa fazer um gol por jogo nas cinco rodadas finais.

    Em 2006, com a camisa do Goiás, Souza foi o artilheiro mais econômico (17 gols).

    Jonas, pelo Grêmio (em 2010), e Borges, pelo Santos (2011), tiveram o melhor desempenho, com 23 gols.

    "Essa queda é em virtude de os treinadores estarem utilizando mais jogadores de ataque com característica de velocidade", analisa Washington, maior artilheiro de uma edição do Brasileiro, com 34 gols em 2004.

    "Alguns clubes não usam mais o jogador de área pela dificuldade de fazer o time se adaptar a atletas com essas características", completa.

    Há 12 anos, o Brasileiro, com 24 participantes, teve 46 rodadas. Washington esteve presente em 38 delas, com uma média de 0,89 por jogo.

    A função de homem de área, que o ex-jogador cita, é exatamente a exercida por Fred no Atlético. E, a julgar por seu desempenho até agora, será difícil alcançar os 17 gols de Souza em 2006. Sua média é de 0,4 por jogo, a pior da história para um goleador.

    Artilheiro no ano passado, com 20 gols, Ricardo Oliveira teve uma média de 0,62.

    "O nove [na linguagem do futebol, jogador que atua mais à frente] é o que dá o último passe, e os técnicos preferem aquele atacante que corre de uma bandeira de escanteio à outra", comenta Borges, artilheiro em 2011.

    "As equipes se preocupam mais em defender do que em atacar", diz o jogador de 36 anos, que está sem clube desde que deixou o América-MG.

    Artilheiros do Campeonato Brasileiro - Ano a ano

    Gabriel Jesus, terceiro artilheiro do campeonato, com 11 gols, começou como profissional atuando pelas beiradas do campo. Migrou para a função de centroavante e passou a marcar mais gols. Hoje, é titular da seleção.

    O palmeirense passou boa parte do Brasileiro no topo da artilharia, mesmo tendo se ausentado da equipe no período da Olimpíada.

    A história mostra que o time do goleador do Brasileiro raramente leva o título. Só duas vezes nos últimos dez anos isso ocorreu: em 2009, com Adriano (Flamengo), e 2012, com Fred (Fluminense).

    Gabriel Jesus tenta entrar para esse restrito grupo em 2016, o que acontecerá se o Palmeiras confirmar a vantagem na classificação e seu camisa 33 desandar a fazer gols.

    CONTRAPONTO

    A crítica de Washington e Borges à falta de homens de área nas equipes não se comprova nos números do Campeonato Brasileiro.

    Dos 20 clubes que disputam o torneio, apenas seis não utilizam um centroavante fixo na maior parte dos jogos. São eles: Botafogo, Corinthians, Fluminense, Grêmio, Internacional e Sport.

    Nenhum deles, porém, briga pelo título do Nacional.

    Treinador do Corinthians, Oswaldo de Oliveira cita outro fator que, para ele, é preponderante para a baixa produtividade dos goleadores.

    "O futebol está mais coletivo. Em jogadas ofensivas, mais jogadores participam. Outro detalhe: as bolas paradas têm sido responsáveis por quase 50% dos gols. Normalmente, quem faz esses gols nas bolas paradas são os zagueiros", opina Oswaldo.

    Thomas Santos/Agif/Folhapress
    Fred comemora gol na partida entre Atlético-MG X América-MG, nesta quinta-feira (13) no estádio do Mineirão em Belo Horizonte, válida pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro 2016.
    Fred (c) comemora gol ao lado de Robinho (dir.) e Clayton (esq.) pelo Campeonato Brasileiro
    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024