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    Neymar é denunciado por fraude em transferência para o Barcelona

    DE SÃO PAULO
    DO UOL

    07/11/2016 13h13 - Atualizado às 10h23
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    O juiz espanhol José de la Mata aceitou denúncia contra Neymar nesta segunda-feira (7) por corrupção entre entes privados, por causa de sua transferência do Santos para o Barcelona, em 2013. A denúncia é decorrência de ação do fundo de investimentos DIS, que era dono de 40% dos direitos econômicos do atacante e se diz prejudicado com o negócio.

    Além de Neymar, também foram denunciados por corrupção os pais do jogador. O presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu (que era vice-presidente em 2013), Sandro Rosell (presidente naquela época) e o próprio clube catalão foram denunciados por corrupção e calote, crime pelo qual também terão de responder o Santos e Odílio Rodrigues Filho, comandante do clube alvinegro na época da transferência.

    Em julho, o juiz De la Mata havia decidido arquivar o processo, mas ele o reabriu em setembro. O juiz se baseou no contrato de 40 milhões de euros (R$ 141,5 milhões, em valores atuais) firmado entre Neymar e o Barcelona em 2011 para aceitar a denúncia.

    De la Mata afirma que aquele acordo "alterou o livre mercado de contratação de jogadores. Ele impediu que o jogador entrasse no mercado conforme as regras da livre competição, de modo que se obtivesse uma maior quantidade econômica pela transferência".

    Quando Neymar se transferiu para o Barcelona, foi anunciado que o clube catalão havia pago 17,1 milhões de euros pelo jogador (R$ 60 milhões), mas uma investigação conduzida na Espanha levou à descoberta de que o valor real era de 86, 2 milhões (R$ 305 milhões). O Barcelona admitiu a fraude, e isso resultou na saída de Rosell do clube, em janeiro de 2014.

    Foi baseado nessa investigação que o DIS, em junho de 2015, apelou à Justiça espanhola, alegando que havia sido passado para trás por Barcelona, Santos e Neymar. Em um comunicado divulgado nesta segunda, o Barcelona se diz inconformado com a denúncia.

    "A diretoria do clube expressa sua surpresa e desconformidade com essa decisão, especialmente tendo em conta que o mesmo juiz havia decidido arquivar o caso em julho passado e que, no caso do presidente Bartomeu, o Ministério Fiscal (órgão fiscal da Espanha) nem sequer propôs sua acusação."

    "Não houve calote algum. Houve a contratação de um jogador que queria vir para o Barcelona. Existiu, sim, um erro de planejamento fiscal, mas nunca corrupção e calote", afirmou Josep Vives, porta-voz do Barcelona.

    Em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, Neymar se disse tranquilo. "Todos os contratos foram firmados com respeito aos preceitos legais, éticos e morais e com a ciência do Santos Futebol Clube e do FC Barcelona", diz a nota.

    Procurado pela Folha, Odílio Rodrigues Filho preferiu não se manifestar. "Não vou falar sobre o caso. Esse assunto será tratado apenas pelos meus advogados."

    O Santos, por sua vez, não respondeu aos contatos feitos pela reportagem.

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