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    Copa do Mundo 2018

    Paulinho diz que no intervalo do 7 a 1 jogadores só queriam evitar mais gols

    SÉRGIO RANGEL
    ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

    10/11/2016 08h00

    O volante Paulinho é um dos sobreviventes do maior vexame da história da seleção brasileira.

    Nesta quinta (10), ele será um dos quatro remanescentes do time que foi humilhado pela Alemanha, por 7 a 1, a voltar ao Mineirão com a seleção para o primeiro jogo após a trágica atuação na semifinal da Copa de 2014.

    Neste período, o volante de 28 anos atravessou a pior fase da carreira amargando o banco de reserva do Tottenham, da Inglaterra, foi esquecido por Dunga na seleção e reencontrou o bom futebol na distante China treinado por Luiz Felipe Scolari, comandante do Brasil no último Mundial.

    Nelson Alemida - 9.out.2016/AFP
    Tite conversa com Paulinho (dir.) em treino da seleção em Natal
    Tite conversa com Paulinho (dir.) em treino da seleção em Natal

    Jogador de confiança de Tite na campanhas das conquistas da Libertadores e do Mundial do Corinthians, ele foi chamado pelo gaúcho na sua estreia no cargo e já conquistou a vaga de titular.

    Em entrevista à Folha, o paulista, que entrou no segundo tempo da partida contra a Alemanha, lembra das instruções de Felipão na fatídica partida de 2014, credita o seu retorno ao time nacional ao trabalho com o ex-técnico da seleção, mas não tem explicação para a goleada.

    "Se jogássemos dez vezes contra a Alemanha, eles dificilmente nos goleariam outra vez daquela forma. Naquele dia, deu tudo errado. Mas não se tem uma ou duas explicações", disse o jogador, que foi o autor do gol do título da conquista da Liga Chinesa pelo Guangzhou Evergrande no mês passado.

    Paulinho reconhece que a derrota em 2014 em Belo Horizonte foi a "maior tragédia" do futebol brasileiro e afirma que nem uma vitória no clássico com a Argentina, na quinta, vai apagar o Mineiraço.

    "Apagar, não. Mas é uma chance que temos de retomar ainda mais a confiança de nosso torcedor. Sabemos da importância de uma vitória em casa contra os argentinos e estamos trabalhando duríssimo para conseguí-la", afirmou o volante, que foi o autor do gol do título da conquistando da Liga Chinesa pelo Guangzhou Evergrande no mês passado.

    Ele começou a treinar na semana passada com a comissão técnica da seleção no Rio.

    Folha - Qual o sentimento de voltar a jogar no Mineirão após aquele jogo? Você acredita que foi a maior tragédia do futebol brasileiro?
    Paulinho - Sim, provavelmente. Aprendemos com os erros e estamos trabalhando para fazer um grande jogo. O Mineirão é um grande palco do futebol brasileiro, que já contou com algumas vitórias da seleção, uma inclusive contra a Argentina, e voltar a jogar lá, será um grande prazer, independente das circunstâncias do passado.

    Você entrou no intervalo da partida. Quais foram as orientações que o Felipão te deu ? Você acreditava que conseguiriam virar?
    No segundo tempo, a missão principal foi terminar o jogo de forma digna, mas infelizmente não deu. Foi uma grande tristeza para todos nós.

    Você consegue explicar o que aconteceu naquele dia?
    É difícil. O futebol é dinâmico demais para ser explicado em uma, duas frases. Se jogássemos dez vezes contra a Alemanha, eles dificilmente nos goleariam outra vez daquela forma. Naquele dia, deu tudo errado. Mas não se tem uma ou duas explicações.

    Você deu a volta por cima após aquela derrota. É um dos quatro jogadores que participaram daquela partida a permanecer no time. Qual a lição você tirou disso tudo?
    Você nunca sabe o quão forte você pode ser até você precisar ser forte de verdade. Crescemos com aquele aprendizado. Hoje, sou um cara muito mais forte e maduro também graças as lições que tive na vida.
    Foi um período de aprendizado e amadurecimento que me fez crescer, realizando escolhas que estão sendo decisivas em meu trabalho.

    Você trabalha com o Felipão na China. Ele foi o responsável pelo seu retorno ao time brasileiro? O que você acha do trabalho dele?
    Ele me ajudou muito. É um cara que sempre procurou conversar muito comigo, passar a experiência que ele tem no futebol. E, sem dúvidas, é um dos caras que mais me ajudaram a retornar à seleção. Sou muito grato a ele.

    A China é vista como periferia do futebol. O que você está achando de jogar lá?
    Pouca gente acompanha de perto o futebol chinês aqui no Brasil. Muitos acham que o nível é bem inferior ao que realmente é, o que não é verdade. É um futebol que tem evoluído bastante. Em termos de estrutura, crescendo a cada ano. Tecnicamente, os chineses melhoraram muito também. Hoje é possível ver times de muita qualidade, jogadores com nível para jogar em grandes campeonatos.

    Qual situação curiosa você passou lá? Gosta de se aventurar na comida deles?
    Como temos muitas opções de restaurantes com todos os tipos de comida, prefiro ir nas que já conheço.

    Você acredita que o clássico com a Argentina pode apagar o Mineiraço? A seleção é favorita?
    Apagar, não. Mas é uma chance que temos de retomar ainda mais a confiança de nosso torcedor. Sabemos da importância de uma vitória em casa contra eles e estamos trabalhando duríssimo para consegui-la. Não existe favorito em Brasil x Argentina.

    O Tite mostrou que confia em você. Ele te chamou novamente apenas para jogar com a Venezuela. Como está o ambiente na seleção em comparação ao Mundial e 2014?
    O grupo é muito unido e todos se respeitam muito. Todos entendem a importância do momento, de reconquistar a confiança do torcedor, retomar a força do nosso futebol. Estamos com um bom ambiente, todos dispostos a lutarem juntos pelas vitórias. Tenho certeza que alcançaremos nossos objetivos.

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