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    Com Nasr ameaçado na Sauber, Brasil corre sério risco de ficar fora do grid

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    SANDRO MACEDO
    DANIEL MÉDICI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    11/11/2016 18h01 - Atualizado às 19h28

    Antes cotado para equipes promissoras como Force India e Renault, Felipe Nasr, 24, viu suas opções de cockpit minguarem, e o Brasil corre sério risco de não ter um piloto na F-1 no próximo ano.

    Até agora, apenas as duas piores escuderias do campeonato, Sauber e Manor, não anunciaram sua dupla de pilotos para 2017 -e a equipe suíça hesita em confirmar a renovação de seu contrato.

    "Felipe é certamente uma das nossas opções", afirmou a chefe de equipe da Sauber, Monisha Kaltenborn, nesta sexta-feira (11). "Nós o conhecemos bem, conhecemos suas habilidades. Tivemos muitas experiências com ele, boas e ruins, por isso podemos avaliá-lo muito bem. É isso o que eu posso dizer."

    A equipe quer anunciar a definição de suas duas vagas antes do final da temporada, dia 27, em Abu Dhabi.

    Nasr disse estar tranquilo. "Estou na F-1, curtindo meu momento. Sei que tenho condições de continuar aqui. Não tenho de me envolver com isso. Há grandes chances de eu permanecer", comentou.

    Sobre as possíveis conversas com a Manor, afirmou que "vale a pena analisar tudo, mas tenho um pé na Sauber por já conhecer [a equipe]".

    À beira da falência, a equipe foi comprada neste ano pela Longbow Finance, que promete um aporte financeiro e aposta na mudança de regulamento para superar um ano de 2016 desastroso.

    Segundo a revista "Autosport", a permanência do piloto brasiliense depende das negociações de seu principal patrocinador, o Banco do Brasil, com a Sauber.

    Caso o acordo não se concretize, o país ficará ausente do grid pela primeira vez desde 1970, quando Emerson Fittipaldi fez a sua estreia na categoria.

    Desde então, ao menos um piloto brasileiro esteve presente em todos os campeonatos.

    Ao longo das últimas quatro décadas e meia, apenas uma vez o país ficou fora de uma corrida propriamente dita. No GP da Itália de 1977, os dois representantes nacionais, Emerson Fittipaldi e Alex Dias Ribeiro, não obtiveram tempo na classificação para alinhar na prova.

    vídeo

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    Depois daquilo, porém, a presença brasileira só fez crescer, chegando a uma aparição regular de quatro pilotos entre o fim dos anos 1980 e o início dos 1990, incluindo os campeões mundiais Ayrton Senna e Nelson Piquet.

    O recorde de participações ocorreu em 2001, nos GPs do Canadá e da Alemanha, com cinco pilotos.

    Nessas provas, largaram Rubens Barrichello, Enrique Bernoldi, Ricardo Zonta, Luciano Burti e Tarso Marques. Com 22 carros na pista, mais de um a cada cinco pilotos que largaram vieram do Brasil -na época, Zonta era reserva da Jordan e assumiu o cockpit nessas duas oportunidades.

    Nos últimos 15 anos, a presença de jovens talentos brasileiros nas categorias de base internacionais também começou a rarear. Em 2016, o único título nas pistas fora do país foi para o gaúcho Matheus Leist, da F-3 Inglesa, campeonato que há mais de uma década deixou de ser a porta de entrada por excelência para a F-1.

    A GP2, de onde Nasr saiu, não tem nenhum brasileiro em sua disputa neste ano.

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