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    'CBB estava parada, alguém precisava tomar uma atitude', diz Hortência

    RAPHAEL HERNANDES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    14/11/2016 18h33 - Atualizado às 18h45

    Juan Mabromata - 6.ago.2016/AFP
    A ex-jogadora de basquete Hortência carrega a tocha olímpica durante a Rio-2016
    A ex-jogadora de basquete Hortência carrega a tocha olímpica durante a Rio-2016

    Após suspensão da Fiba (Federação Internacional de Basquete) à CBB (Confederação Brasileira de Basquete), a medalhista olímpica Hortência afirmou na tarde desta segunda (14) que a situação da confederação brasileira é "horrível".

    "A seleção não viaja por falta de dinheiro, pararam de organizar campeonatos nacionais por falta de dinheiro. A CBB está parada. Alguém tinha que tomar uma atitude. Quem tomou foi a Fiba", disse à Folha.

    Para Lula Ferreira, ex-técnico da seleção brasileira de basquete, a Fiba "tem conhecimento de causa". "A confederação tem que ser administrada de maneira profissional".

    "Espero que o basquete brasileiro tire uma lição", afirma Ferreira.

    O ex-jogador Oscar Schmidt disse à Folha que não preferia não fazer avaliação sobre a CBB. "Às vezes penso que ninguém gosta de mim lá. Na Liga [Nacional de Basquete] gostam muito mais de mim". Apesar disso, Oscar disse não aprovar o trabalho realizado pela confederação. "Perderam a Olimpíada", exemplifica.

    Mais cedo, o Comitê Executivo da Fiba afirmou que a confederação do Brasil precisa de reestruturação e que ela não cumpre suas obrigações com a federação.

    A suspensão foi atribuída a problemas da CBB em seguir o estatuto internacional. Entre eles, a não participação em torneios internacionais juniores e 3x3, bem como não ter feito o pagamentos que devia à Fiba.

    "Eles não têm controle total do basquete no país", diz nota da federação.

    DÍVIDAS

    Fiba suspende CBB
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    Flamengo e Bauru disputam terceiro jogo das finais da NBB em 2016

    A CBB é a confederação desportiva mais endividada do esporte olímpico nacional. Se quisesse quitá-lo, ela precisaria usar 71% de sua receita em 2015. Seus maiores credores são, hoje, bancos (Itaú e Bradesco, que, por sinal, a patrocina) e uma financeira. Do total da dívida, R$ 4 milhões dizem respeito a empréstimos e R$ 5 milhões, a antecipação de cotas de patrocínio e TV.

    Desde que o atual presidente, Carlos Nunes, assumiu seu comando, em 2009, as dívidas da confederação saltaram de R$ 1,1 milhão (em valores corrigidos pelo IPCA-IBGE, base 2015) para R$ 17,2 milhões, de acordo com o balanço de 2015.

    A situação falimentar da entidade tem prejudicado diretamente as seleções nacionais de várias categorias. As duas equipes adultas tiveram a presença nos Jogos do Rio posta em xeque depois que a CBB não honrou pagamento à Fiba (federação internacional) por um convite para o Mundial masculino da Espanha, em 2014 –a vaga não fora obtida na quadra.

    Em 2015, a federação deu um ultimato à entidade brasileira, que foi socorrida pelo Bradesco e pela Nike, também sua patrocinadora, que bancaram cerca de R$ 2 milhões para garantir a presença dos times na Rio-2016. Rio-2016.

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