O maior mérito de "As Regras de Ouro", de Bob Bowman, é o de contar alguns episódios divertidos na trajetória que o levou a lapidar o nadador Michael Phelps.

Como, por exemplo, quando o maior medalhista olímpico da história confessou-lhe, no restaurante de um hotel em Baltimore, que queria voltar a disputar competições de natação depois de uma breve aposentadoria entre os anos de 2012 e 2013.

"Você tem que voltar por si mesmo", afirma Bowman a Michael Phelps, "não por patrocinadores ou porque está sem ter o que fazer".

A conversa entre pupilo e mestre, que treinam juntos desde 1996, era como um pito. No período em que ficou fora das piscinas depois dos Jogos de Londres, Phelps só se meteu em confusão. Ganhou 17 kg, perdeu tempo com pôquer e viveu em uma condição de quase depressão.

Dali, o nadador retomou sua rotina –não sem antes se meter em novo episódio polêmico, preso por dirigir embriagado em setembro de 2014– até obter sucesso com cinco ouros nos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto.
Bowman, que se autointitula "professor" e "motivador", mostra superficialmente seu lado como criador de cavalos e técnico obcecado.

Apesar de ter passagens curiosas, o livro perambula por clichês motivacionais.

Sobram termos como "plano de ação", "excelência", "objetivo" e "método" e frases melosas construtivas como "a perfeição está no ouro, mas não nos ganhadores do ouro" e "o sonho é o começo de tudo". A certa altura, o blablablá se torna chato.

As Regras de Ouro

Bob Bowman, Charles Butler

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É uma pena, porque o tema é interessante. Se se dedicasse a contar mais profundamente como é a preparação de astros como Phelps e outros nadadores medalhistas olímpicos que comanda (como Chase Kalisz e Allison Schmitt), a obra poderia se tornar um referência do tema.

Não deixa de ser, porém, um relato interessante do homem que forjou o maior atleta olímpico da história.

AS REGRAS DE OURO
Autores Bob Bowman e Charles Butler
Editora Benvirá
Quanto R$ 34,90 (244 págs.)
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