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    Sanção a agência antidoping do Brasil gera expectativa em confederações

    DE SÃO PAULO

    22/11/2016 02h00

    Divulgação
    O ex-judoca e campeao olimpico Rogerio Sampaio, campeao em 1992 assume como secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem. (Foto Divulgacao) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    O secretário da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, Rogério Sampaio

    Após a Wada (Agência Mundial Antidoping) declarar neste domingo (20) que a ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) está fora de conformidade com seus padrões internacionais, presidentes de confederações esportivas afirmaram esperar a extensão das sanções que serão dadas ao país.

    Sem a agência nacional, os exames antidoping no território brasileiro podem terminar sob tutela de entidades esportivas ou federações internacionais que tenham atletas em seus grupos-alvo.

    As confederações, porém, adotam cautela sobre qualquer movimentação a respeito. "Não tivemos uma posição oficial sobre o que vai acontecer", disse José Antonio Martins Fernandes, chefe da CBAt (confederação brasileira de atletismo).

    A CBAt mantém uma pequena estrutura antidoping interna e tem uma cláusula com seu principal patrocinador, a Caixa Econômica Federal, para manter programas de educação e prevenção.

    Porém, desde que a ABCD –hoje comandada por Rogério Sampaio– se tornou autoridade única de controle antidoping no Brasil, a CBAt não faz mais coletas ou processa exames.

    João Tomasini, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, disse acreditar que o descredenciamento não prejudicará tanto o dia a dia de sua modalidade.

    "O governo não vai pagar esse mico de ficar fora [descredenciado]", comentou.

    A descrição completa das sanções que serão impostas pela Wada será divulgada em breve, mas espera-se que o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, que fica no Rio e custou ao governo federal R$ 188 milhões, perca sua certificação. A ABCD ficará sem chancela para testes e gerir resultados.

    O processo de obtenção de novo aval deve demorar. O Brasil precisará cumprir uma série de procedimentos e análises de técnicos da Wada ao longo dos próximos meses.

    Nesta segunda (21), o Ministério do Esporte, a quem a autoridade se reporta, disse lamentar "profundamente" e discordar "integralmente da decisão" da agência.

    "Temos adotado todos os procedimentos sugeridos pela Wada, a quem mantemos informada dos passos que havemos dado", prosseguiu a nota da pasta.

    MOTIVOS

    A decisão da Wada (Agência Mundial Antidoping) de tirar a certificação da agência brasileira deveu-se, principalmente, à demora para o país instaurar o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem. Ele deve entrar em ação só em fevereiro.

    O órgão vai passar a julgar todos os casos de doping no país, em substituição ao modelo atual, no qual cada confederação tem um tribunal próprio.

    A relação entre Wada e ABCD tem sido divergente. A agência mundial tirou a certificação do LBCD em 2013 e o suspendeu novamente neste ano.

    "O Brasil tem leis próprias que devem ser respeitadas por entidades internacionais que, às vezes, trabalham com prazos próprios", justificou o Ministério do Esporte em comunicado.

    A definição dos nomes que vão compor o tribunal será feita ainda no final deste mês e ele deve entrar em funcionamento em fevereiro.

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