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    Campeonato Brasileiro 2016 - Série A

    Como capitão, tenho que ser o espelho em campo, diz Dudu

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    29/11/2016 02h00

    Apelidado de "Animalzinho do Parque" pelos torcedores palmeirenses, devido ao comportamento explosivo e intenso em campo, Dudu,24, ficou mais manso.

    Depois de temporada turbulenta em 2015, que teve até suspensão por empurrão em árbitro, o meia-atacante levou o Palmeiras à conquista do primeiro Brasileiro da equipe em 22 anos em 2016. E não foi expulso nenhuma vez nem se envolveu em confusões.

    O jogador de 1,67 m é o líder em assistências do torneio, com 12, e foi um dos alicerces da campanha vitoriosa. Em entrevista à Folha, ele vibra com a boa temporada, fala do sonho com a seleção brasileira e ressalta a importância da faixa de capitão que passou a usar em agosto.

    *

    Folha - O que significou para você ter levantado a taça do Brasileiro como capitão do Palmeiras?
    Dudu - Ser campeão pelo Palmeiras é algo inesquecível, ainda mais tendo a oportunidade de ser capitão e levantar o troféu. Poucas pessoas tiveram esse privilégio e isso me deixa muito honrado. Apesar de estar no clube há pouco tempo, já virei palmeirense, meus filhos são palmeirenses e toda a minha família está feliz demais. Espero ficar mais tempo aqui e ajudar o time a conquistar muito mais títulos.

    Desde que você recebeu a braçadeira de capitão, seu desempenho cresceu. Isso te afetou muito?
    Afetou. Agora, a gente tem que ser o espelho dentro de campo. Eu sei que capitão não pode tomar muito cartão, tem que ser sempre controlado para influenciar todo o resto do time.

    Você passou por alguns testes de paciência, como contra o Atlético-MG, quando o Robinho gritou contigo e te xingou bastante. Como você passou a conseguir se controlar?
    Como capitão, a gente tem que ter tranquilidade e passar tranquilidade para os demais jogadores. Eu penso isso e consegui fazer isso bem ao longo do campeonato. Sobre o Robinho, nem dei muita moral para ele. Eles estavam jogando a vida contra a gente, e a gente também estava nessa situação.

    Esta foi a melhor temporada da sua carreira?
    Esta temporada está sendo boa, mas a outra também foi, quando fui artilheiro da equipe. Em 2015, teve o título da Copa do Brasil. Desta vez, o Brasileiro. Líder em assistências e campeão brasileiro. Espero continuar desse jeito.

    O Cuca diz que te chamava depois de todo jogo para mostrar suas estatísticas e que você ficou chateado com a insistência. Ele conta que isso te transformou em um jogador muito melhor.

    Concordo. Isso que o treinador tem que fazer: chamar para conversar, falar o que está certo e o que está errado. E o Cuca faz muito isso. Desde que eu trabalhei com ele no Cruzeiro, ele fazia isso, tanto com jovens como com experientes. Fico feliz de voltar a trabalhar com ele e de estar entrando na história do clube ao lado dele. É um baita de um treinador. Espero que ele possa continuar com a gente.

    Ele falou algo sobre a permanência em 2017?
    A gente espera que ele fique. Sabemos como é o futebol, as coisas mudam muito rápido.

    Você pensa em seleção?
    Eu penso, sim. É o sonho de todo jogador defender o seu país. Eu procuro me focar no Palmeiras, tento desempenhar um bom futebol para se um dia chegar a oportunidade eu possa aproveitar da melhor maneira.

    Você é da geração 1992 da seleção brasileira do Neymar e do Philippe Coutinho, que foi vitoriosa nas categorias de base. O Ney Franco, técnico dessa época, diz que você está no mesmo nível deles.

    Desde muito novos nós jogamos juntos, quando eu estava no Cruzeiro, o Coutinho no Vasco, Neymar no Santos. Nos encontrávamos nas competições. Eles estão em um momento muito bom e eu estou em um momento muito bom aqui no Palmeiras. O Ney Franco foi um ótimo treinador que tive, ele me deu muitas oportunidades no Coritiba e na seleção brasileira, ganhamos juntos a Série B e o Mundial, agradeço a ele sempre que falo com ele. Espero encontrá-lo novamente na seleção brasileira um dia.

    E por que vocês três estão nas melhores fases da carreira ao mesmo tempo?
    É a maturidade. Todos temos 24 anos e é agora que chega a melhor fase. Você vê o Gabriel Jesus, com 19 anos. Quando ele tiver 24 anos, estará melhor ainda. A gente ganha mais experiência e maturidade.

    arte

    RAIO X - DUDU

    NOME
    Eduardo Pereira Rodrigues

    NASCIMENTO
    7.jan.1992 (24 anos), em Goiânia (GO)

    CLUBES
    Cruzeiro (2009-11), Coritiba (2010), Dínamo de Kiev (UCR) (2011-14), Grêmio (2014) e Palmeiras (2015)

    TÍTULOS
    Brasileiro Série B (2010), Mineiro (2011), Mundial sub-20 (2011), Copa do Brasil (2015) e Brasileiro (2016)

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