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    Griezmann aparece como ameaça à possível hegemonia futura de Neymar

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    03/12/2016 02h00

    1º.ago.2014/Efe
    Griezmann tira foto no estádio do Atlético de Madri
    Griezmann tira foto no estádio do Atlético de Madri

    Como aconteceu sete vezes nos últimos oito anos, o argentino Lionel Messi, 29, e o português Cristiano Ronaldo, 31, voltam a figurar entre os três melhores jogadores do mundo em eleição realizada pela Fifa –a exceção foi 2010, quando Cristiano perdeu lugar para Iniesta e Xavi. O terceiro elemento da vez é o francês Antoine Griezmann, 25, que chega de forma inédita à decisão, ainda que com poucas chances de ganhar. O resultado será divulgado em 9 de janeiro, em Zurique.

    O "Pequeno Príncipe", tal como foi apelidado pelos torcedores do Atlético de Madri devido à semelhança física com o personagem criado pelo escritor Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), desbancou outros 17 jogadores que disputavam a vaga. Entre eles estava Neymar, 24, o principal concorrente de sua geração.

    Se o brasileiro e seus fãs projetam mais facilidade nessas eleições no futuro, quando Messi e Cristiano estiverem mais próximos da aposentadoria, Griezmann talvez seja a principal razão para reconsiderarem o raciocínio.

    Em 2016, o meia-atacante fez uma temporada dos "quases", tendo sido vice-campeão da Liga dos Campeões e da Eurocopa. Mesmo assim, brilhou.

    Protagonista criativo no Atlético de Madri, ele fez gols nas quartas de final e nas semifinais, ajudou a eliminar Barcelona e Bayern de Munique e levou o time à final da Liga dos Campeões para enfrentar o Real Madrid.
    Contudo, sairia decepcionado após ter perdido um pênalti no tempo regulamentar. Nos pênaltis, o Atlético perderia o título.

    "Griezmann é um dos melhores jogadores do mundo porque sabe se colocar muito bem, sempre está no lugar certo, acha sempre o lugar entre as linhas para receber a bola e ficar de frente para os zagueiros. Não perde a bola, finaliza como ninguém, tem calma na frente do goleiro e sabe dar assistências. Além disso, faz o time ganhar nos momentos difíceis", diz à Folha Filipe Luis, lateral do Atlético de Madri e da seleção brasileira.

    Pragmático, ele dispensa jogadas mais plásticas –como as que Neymar domina– em nome de arrancadas e finalizações. Sua velocidade é a base dos contra-ataques do Atlético e da seleção francesa.

    Na Eurocopa, começou abaixo da média, mas despontou quando foi colocado como segundo atacante, acompanhando Giroud. Fez dois gols contra a Irlanda, nas oitavas; deu duas assistências contra a Islândia, nas quartas; e anotou mais dois tentos contra a Alemanha, na semifinal.

    Eleito melhor jogador do torneio, ele lamentou novamente uma derrota na final, desta vez para Portugal.

    A disputa cabeça-a-cabeça entre o francês e Neymar tem repercutido nos últimos anos do Espanhol.

    Na temporada 2015-2016, o brasileiro fez dois gols a mais, 24, mas quem ganhou o prêmio de melhor jogador do campeonato foi Griezmann. No ano anterior, o francês já havia tomado a vaga de Neymar na seleção da competição. Em 2013-2014 foi campeão, deixando o Barça em segundo.

    "O Neymar é um jogador que desequilibra, é o melhor driblador do mundo, um dos melhores jogadores que o Brasil teve nos últimos anos, e não tenho dúvida de que em alguns anos vai ganhar esse prêmio", analisa Filipe Luis, companheiro do brasileiro na seleção.

    Após uma partida em março, Neymar foi questionado sobre o concorrente, e deu resposta elogiosa.

    "É um grande jogador e me agrada muito. É um craque, trocamos camisas", disse na ocasião, quando comemorou vitória por 2 a 1 do seu time sobre o de Griezmann.

    Em 2016, o brasileiro fez uma de suas melhores temporadas, com a conquista da medalha de ouro na Rio-2016 e momentos de protagonismo com a ausência de Messi no Barcelona. A ausência na lista da Fifa reforça que o francês de 1,76 m não deve dar sossego ao brasileiro nos próximos anos.

    O vencedor do prêmio da Fifa será determinado por meio de um processo de votação combinada, em que 50% da decisão será baseada nas escolhas de todos os capitães e treinadores. Os outros 50% serão definidos pelo resultado de uma votação online e de mais de 200 representantes de mídia.

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