Uma semana após o acidente aéreo que vitimou 71 pessoas, incluindo 19 jogadores e 24 membros da delegação, a Chapecoense começou a fazer seu planejamento para a próxima temporada. O clube definiu que deverá contratar 22 jogadores, além de montar praticamente uma nova comissão técnica.

Além dos reforços para o próximo ano, a equipe catarinense deverá subir dez atletas das categorias de base. O time sub-20 da Chapecoense está na final do Campeonato Catarinense, que foi suspensa após a tragédia da madrugada da última terça (29).

O elenco de 2017 ainda deverá ter o meia-atacante Martinuccio, que possui contrato até o final da próxima temporada. Outros atletas que ficaram em Chapecó e não viajaram para a Colômbia ainda possuem futuro indefinido: o goleiro Marcelo Boeck, os zagueiros Demerson e Rafael Lima, o lateral Cláudio Winck, o volante Moisés, o meia Nenén, que têm contrato até o final deste ano.

A CBF também diz que pretende ajudar a Chapecoense. O presidente Marco Polo Del Nero vai negociar com os clubes a doação de jogadores.

A proposta do cartola é que cada time se desfaça de um atleta e repasse os direitos econômicos por completo para a equipe catarinense.

Na semana passada, os quatro grandes times do Estado de São Paulo divulgaram uma nota oficial afirmando que estavam dispostos a ajudar emprestando jogadores sem cobrar nada.

"A CBF vai propor que cada um faça a doação de um jogador para a Chapecoense, sem custos. Ou seja, o vínculo que tinha com esse primeiro clube passa a ser agora com a Chapecoense", afirmou Walter Feldman, secretário-geral da CBF.

O presidente em exercício da Chapecoense, Ivan Tozzo, porém, afirmou que o clube deve contratar com base em informações de um banco de dados com atletas mapeados pelos diretores Mauro Stumpf e Cadu Gaúcho. Os dois foram vítimas do acidente aéreo.

O ex-goleiro Nivaldo, 42, que se aposentou após o acidente aéreo, fará parte da diretoria de futebol e ajudará nas contratações.

"A Chapecoense é um time estruturado e temos uma base muito bem formada. Temos pelo menos dez jogadores em condições de integrar o grupo principal. O que podemos fazer é agradecer esses clubes que estão querendo emprestar. Temos um método de trabalho e não vamos fugir disso. Não podemos tomar um caminho diferente. Queremos jogadores comprometidos", afirmou Tozzo.

O clube catarinense disputará pelo menos sete competições em 2017: Campeonato Catarinense, Copa do Brasil, Libertadores, Copa Sul-Americana, Recopa Sul-Americana, Copa Suruga e Brasileiro.

A folha salarial da Chapecoense girava em torno de R$ 2 milhões nesta temporada —o teto salarial era de R$ 90 mil. O clube conta ainda com R$ 4 milhões anuais de patrocínio da Caixa Econômica Federal para estampar a marca na camisa. Já a cota de TV é de R$ 28 milhões, modesta se comparada aos R$ 170 milhões do Corinthians.

Com o título da Copa Sul-Americana, o clube receberá uma premiação de US$ 2 milhões (R$ 6,92 milhões). O time ainda terá US$ 1 milhão (R$ 3,46 mi) pela participação na Copa Sul-Americana em 2017 e mais US$ 1,8 milhão (R$ 6,23 mi) por disputar a primeira fase da Copa Libertadores no ano que vem.

	Nelson Almeida/AFP
	Time da Chapecoense em semifinal da Copa Sul-Americana

QUANTO VALE A SUL-AMERICANA

PREMIAÇÃO
US$ 2 mi
É quanto a Chapecoense receberá da Conmebol pelo título da Sul-Americana

LIBERTADORES
Time está automaticamente classificado para a fase de grupos do principal torneio de clubes da América do Sul. Será a primeira vez que a equipe catarinense disputará a competição

RECOPA SUL-AMERICANA
A Chapecoense enfrentará o Atlético Nacional (COL), campeão da Libertadores, em jogos de ida e volta. Dessa forma, a equipe terá que voltar a Medellín, local em que aconteceu a tragédia com o avião da LaMia

COPA SURUGA
Equipe ganhou o direito de enfrentar o Urawa Red Diamonds, campeão da Copa do Japão, em jogo único, a ser realizado no meio de 2017

Acidente em voo da Chapecoense