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    Forças Armadas prometem manter investimento em atletas olímpicos

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    20/12/2016 02h00

    Na contramão do momento de fuga de investimentos privados e de empresas estatais no esporte brasileiro, as Forças Armadas afirmam que vão manter para a Olimpíada de Tóquio o mesmo patamar alocado para os Jogos do Rio.

    Atualmente com 650 atletas alistados em suas divisões (Exército, Marinha e Aeronáutica), a previsão do Ministério da Defesa é não fazer cortes. O número de contemplados deve oscilar pouco.

    A pasta destinou R$ 18 milhões em 2016 ao programa, que ganhou mais musculatura em 2008 -principalmente em razão de o Brasil ser sede dos Jogos Mundiais Militares de 2011, no Rio.

    Do montante, R$ 15 milhões foram para remuneração dos atletas e R$ 3 milhões para treinamentos e participações em competições, sobretudo no exterior.

    O soldo para cada competidor gira em torno de R$ 3,5 mil. O recrutamento é feito por meio de edital e, após avaliação curricular, entrevista e testes físicos, a incorporação dura oito anos.

    "Prosseguiremos com nosso programa de alto rendimento, com vistas à consolidação do nosso status, já conquistado, de potência desportiva militar mundial e a continuidade de nossa contribuição ao esforço olímpico nacional", afirmou Paulo Zuccaro, diretor do departamento de desporto militar do Ministério da Defesa.

    O bom desempenho dos militares na Rio-2016 deu força ao programa. Dos mais de 460 atletas brasileiros inscritos no evento, 145 tinham eram do programa militar. E, das 19 medalhas conquistadas pela delegação, 13 foram por competidores vinculados às Forças Armadas.

    Apesar da manutenção do investimento, Zuccaro disse que haverá "refinamento" na escolha das modalidades que serão contempladas, levando em consideração os resultados nos Jogos. Não há interesse, por exemplo, em patrocinar esportes coletivos.

    "Procuraremos apoiar intensamente modalidades individuais que distribuem muitas medalhas e não demandam a formação de grandes e onerosas comissões técnicas", afirma Zuccaro.

    A maciça maioria dos representantes do programa é temporária, ou seja, não é militar de carreira. Embora não tenham que cumprir rotina, eles passam por reciclagens.

    O campeão olímpico do salto com vara, Thiago Braz, por exemplo, teve de ficar em treinamento durante duas semanas em outubro.

    Em 2015, a aliança entre Forças Armadas e o esporte marcou o Pan-Americanos de Toronto, quando vários atletas chamaram a atenção batendo continência no pódio. Houve protestos de torcedores nas redes sociais.

    A pasta disse que jamais deu orientação para que o gesto fosse feito na hora de receber medalhas ou na execução do hino nacional.

    Na Rio-2016, o COI (Comitê Olímpico Internacional) não vetou as continências.

    Os campeões olímpicos do vôlei de praia Alison e Bruno Schmidt, os ginastas Arthur Zanetti e Arthur Nory, o judoca Rafael Silva e o atirador Felipe Wu fizeram a posição.

    ATLETAS-MILITARES
    Os medalhistas no Rio envolvidos no programa do Ministério da Defesa

    OURO
    Aeronáutica:
    Thiago Braz (atletismo)
    Marinha:
    Alison (vôlei de praia)
    Bruno Schmidt (vôlei de praia)
    Kahena Kunze (vela)
    Martine Grael (vela)
    Mayra Aguiar (judô)
    Rafaela Silva (judô)
    Robson Conceição (boxe)

    PRATA
    Aeronáutica:
    Arthur Zanetti (ginástica artística)
    Exército:
    Felipe Wu (tiro esportivo)
    Poliana Okimoto (maratona aquática)
    Marinha:
    Ágatha (vôlei de praia)
    Bárbara Seixas (vôlei de praia)

    BRONZE
    Aeronáutica:
    Arthur Nory (ginástica artística)
    Maicon Andrade (taekwondo)
    Exército:
    Rafael Silva (judô)

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