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    Oposição corintiana contesta prestação de contas de presidente

    ALBERTO NOGUEIRA
    DE SÃO PAULO

    21/12/2016 02h00

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 15-06-2016, 16h00: O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, durante anuncio a imprensa sobre a saida do tecnico Tite do comando do time. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, ESPORTE)
    O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade

    Já acuado após pedido de impeachment no Corinthians e abertura de inquérito por falsidade ideológica, o presidente Roberto de Andrade sofreu uma nova derrota no Conselho Deliberativo do clube, que pode fechar 2016 sem ter aprovadas as contas do último ano e a previsão orçamentária do próximo.

    Durante reunião do conselho realizada na quinta (15), agendada para apreciação das contas do clube, membros da oposição contestaram os dados apresentados pela diretoria, apontando números diferentes dos presentes em prestação de contas divulgada no site do Corinthians.

    Ao comparar os documentos, é possível identificar, por exemplo, diferenças nos valores sob a rubrica de despesas gerais e administrativas.

    Nesses quesitos, o Corinthians apresentou no tópico "outras despesas" o valor de R$ 3.331.083 em seu site. Já no documento apresentado ao conselho, os valores eram de R$ 5.563.299, para o orçamento de 2016, e R$ 4.491.841, para a revisão orçamentária.

    O diretor financeiro, Emerson Piovesan, alegou que as divergências nas despesas eram resultado da realocações de verbas e que os valores finais estavam corretos.

    Editoria de Arte/Folhapress

    No entanto, segundo os oposicionistas, a demonstração das contas corintianas não está de acordo com as determinações do Profut (programa de refinanciamento das dívidas do clube) e com o estatuto do Corinthians.

    De acordo com o artigo 4 do Profut, sancionado em 5 de agosto de 2015, a publicação do orçamento dos clubes tem que estar "padronizada separadamente" em atividades e departamentos, o que não ocorreu na previsão orçamentária apresentada pelo Corinthians para 2017 e nas contas do clube de 2016.

    O Profut, que tem como objetivo ajudar clubes a quitar suas dívidas com a União, com prazo de financiamento de até 20 anos, prevê punição -e até a inelegibilidade por dez anos- a dirigentes que praticarem gestão temerária e não divulgarem de forma transparente informações de gestão a associados e torcida.

    Um dos pontos mais criticados foi a apresentação dos números em desacordo com o próprio estatuto do clube, que determina que as contas tenham parecer do Cori (Conselho de Orientação), de uma auditoria independente e do Conselho Fiscal.

    Para Romeu Tuma Jr., um dos conselheiros que contesta os valores apresentados pela diretoria corintiana, as contas apresentadas pelo clube em 2016 estão "erradas, irregulares e ilegais".

    Ele cogita inclusive entrar com uma ação no Ministério Público contra o presidente Roberto de Andrade, além de impetrar novo pedido de impeachment contra o mandatário corintiano.

    Procurada pela reportagem, a diretoria do clube disse que não se pronunciaria.


    Colaborou MARCELO QUAZ, de São Paulo.

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