Apresentado nesta quinta-feira (5) como novo técnico do Palmeiras, Eduardo Baptista, 46, tem um desafio à sua frente que também foi enfrentado pelo seu antecessor, Cuca.

O filho de Nelsinho Baptista, que teve passagem pelo Palmeiras entre 1992 e 1993, terá que trabalhar com um elenco de jogadores que não foi escolhido por ele, mas principalmente pelo diretor de futebol do clube, Alexandre Mattos, e sua equipe.

Dos reforços, Raphael Veiga, ex-Coritiba, Hyoran, ex-Chapecoense, e Keno, ex-Santa Cruz, chegaram a acerto antes da contratação de Baptista, e não estavam no radar de Cuca, que, de toda forma, deu o aval para as contratações.

Michel Bastos, que estava no São Paulo, surgiu como oportunidade durante as tratativas com o próprio Baptista, que durante reunião para discussão de seu contrato então disse que gostaria, sim, de contar com o atleta.
O meia Alejandro Guerra, do Atletico Nacional, também foi um jogador estudado pelo clube e contratado a partir da análise da diretoria.

O volante Felipe Melo, que tem a acerto definido com o alviverde e será anunciado nos próximos dias, também já estava na mira do time antes da chegada de Baptista, que foi informado disso assim que chegou ao Palmeiras.

Samuel Xavier, lateral direito do Sport, é pretendido pelo Palmeiras e, caso aceite a proposta, seria o primeiro jogador contratado a partir de indicação de Baptista.

Eduardo Baptista é apresentado no Palmeiras

Em entrevista à Folha em dezembro, Cuca se queixou desse modo de funcionamento do clube, dizendo que levara apenas três jogadores de sua indicação ao time.

"Conversei com alguns jogadores e todos foram unânimes ao dizer que é um grupo de caráter, disciplinado", disse Baptista em sua apresentação, negando que o time possa sofrer com polêmicas devido à contratação de atletas com algumas delas no currículo –casos de Michel Bastos e do volante Felipe Melo.

"Em grupos assim, esse problema não existe", disse.

Baptista mostrou conhecimento aprofundado do clube do qual agora é treinador, indicando possibilidades táticas e destacando diferentes capacidades dos atletas. O motivo da familiaridade é o período intensivo de estudos em que o técnico mergulhou antes de assumir o cargo.

"Passei esses últimos 30 dias estudando demais o Palmeiras. Assisti na íntegra em câmera aberta a todos os 38 jogos do Brasileiro e mais três jogos do Paulista, onde o Palmeiras teve um momento difícil, para procurar entender o que foi feito", declarou.

"O grande mérito do Cuca foi rodar esse elenco, teve momentos em que o Palmeiras perdeu três ou quatro titulares do time base e a equipe continuou", afirmou.

Sobre o esquema tático, ele adiantou que manterá o que foi deixado por Cuca, mas agregando preferências suas, sinalizando para uma transição para o 4-1-4-1.

"Vou dar preferência ao jogo. Lógico que a marcação é importante, temos que ter agressividade, mas gosto de homens de meio, não falo volantes. Tem que marcar, mas principalmente jogar, oferecer espaço. No Palmeiras, tenho muito do que tinha no Sport e muito do que tinha na Ponte. Vou escolher a melhor forma", disse o técnico.