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    Reforma de restaurante do Morumbi é abandonada por empresa

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    25/01/2017 02h00 - Atualizado às 13h05

    A reforma do restaurante do estádio do Morumbi para a instalação da empresa de alimentação Rock & Ribs não foi completada, deixando o local parcialmente destruído e com aparelhos de cozinha da empresa que antes ocupava o espaço encostados.

    Imagens obtidas pela Folha mostram paredes derrubadas, pias retiradas e fiações expostas. As obras foram iniciadas em julho de 2016, pouco depois da saída do restaurante Copa do espaço.

    Instalado por sete anos no estádio, o Copa acertou a venda dos equipamentos que estavam no local para a Rock & Ribs. No total, foram negociados três coifas, três câmaras frigoríficas, aparelho de som e caixas, seis ares-condicionados, adega, forros acústicos, cinco TVs de LCD, sistema de câmeras de segurança e o sistema de exaustação e ventilação do restaurante.

    Ao todo, a infraestrutura do local foi avaliada em R$ 150 mil, que ainda não foram pagos. As partes seguem negociando um acordo.

    Procurados pela reportagem, representantes da Rock & Ribs dizem que as obras não foram terminadas porque não havia um contrato de aluguel assinado com o São Paulo, apenas uma carta de intenções. Eles afirmam ainda que os equipamentos não foram pagos porque havia uma cláusula que dizia que o negócio só passaria a valer se o contrato entre Rock & Ribs e o São Paulo fosse assinado.

    "A Rock & Ribs pagaria aluguel menor que o nosso, teria carência por um ano até começar a pagar. Foi um negócio muito estranho, fomos retirados de uma hora para a outra depois de recebermos uma cartinha imbecil", diz José Magalhães, um dos sócios do restaurante Copa. Ele afirma que a empresa deve entrar com ação na Justiça contra o clube do Morumbi.

    A reforma do espaço se soma a outros contratempos do São Paulo em seu contrato com a Rock & Ribs.

    O clube fechou acordo para estampar a marca da empresa de maio a dezembro de 2016 pelo valor de R$ 650 mil. O trato também previa que a empresa assumiria o restaurante do Morumbi pelo valor de R$ 780 mil mais porcentagens de faturamento do empreendimento referentes ao aluguel por cinco anos.

    O clube recebeu as duas primeiras parcelas de R$ 81.250 das oito combinadas pelo patrocínio do calção, que parou de ser pago. Após cinco meses utilizando a marca, retirou as estampas devido à falta de pagamento.

    O São Paulo cobra na Justiça o restante das parcelas do acordo de publicidade. Em nota, o clube afirmou que "o caso do restaurante será avaliado posteriormente".

    A Rock & Ribs diz que também no caso do patrocínio dos calções o que existia era somente uma carta-acordo, não um contrato assinado.

    Depois que a relação entre as partes se desgastou, o São Paulo chegou a reter por cerca de um mês o "food truck" da Rock & Ribs no Morumbi.

    Segundo o clube, o veículo havia sido retido pois pertencia a um terceiro, e não à Rock & Ribs. "O São Paulo solicitou, por segurança, a presença do real proprietário, que posteriormente compareceu junto de um representante da empresa para a retirada", afirmou.

    COTISTAS

    A construção do restaurante da Rock & Ribs no estádio fracassou, em parte, porque a engenharia financeira para captar investimentos para o projeto não funcionou.

    O objetivo era encontrar 20 cotistas que pagassem R$ 110 mil reais cada um, totalizando R$ 2,2 milhões para bancar a franquia e a reforma. Somente cerca de cinco cotistas mostraram interesse. Os próprios representantes do Copa, recém-desalojados, foram procurados, mas não aceitaram participar.

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