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    Seis meses após ouro, Rafaela volta a lutar pela seleção e se cobra por ouro

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    11/02/2017 02h00

    Seis meses depois de fazer o país se render ao seu choro, Rafaela Silva volta ao tatame para defender o Brasil.

    A judoca de 24 anos, primeira atleta nacional a obter uma medalha de ouro nos Jogos do Rio, disputa neste sábado (11), na categoria leve (até 57 kg), a mesma em que triunfou no Rio, o Grand Slam de Paris, primeiro grande torneio desta temporada.

    A carioca encara a competição como um Mundial. Simplesmente porque, já ouro olímpico e no Mundial de 2013, jamais subiu ao topo do pódio num Grand Slam.

    Em importância, um Slam perde para Olimpíada, Campeonato Mundial e World Masters –evento que reúne os 16 primeiros do ranking mundial de cada categoria.

    "Estou me cobrando um pouco nesse sentido de ganhar um Grand Slam", disse.

    "Mas o maior objetivo é, sem dúvida, o Campeonato Mundial em agosto", complementou a atleta, detentora de duas medalhas individuais em Mundiais (2011 e 2013).

    Desde 2009, quando entrou para a seleção adulta, Rafaela parece viver um tabu neste tipo de torneio. Conquistou oito medalhas, mas jamais uma de ouro. Ficou com o bronze sete vezes e com a prata, uma.

    Por sinal, na mesma Paris que sedia o campeonato no final de semana, foi terceira colocada no ano passado.

    Em 2017, prevê maior dificuldade, já que pela primeira vez entrará em um grande palco internacional com o status do ouro olímpico.

    "Estou ansiosa, com muita vontade de lutar. Como atual campeã olímpica, acho que as adversárias vão me olhar um pouco diferente agora", afirmou Rafaela.

    A brasileira, atualmente terceira colocada no ranking mundial, estreia contra Po Sum Leung, de Hong Kong, número 96 da classificação. As eliminatórias começam às 6h30 e as finais, às 14h (ambas no horário de Brasília).

    FORA DE RITMO

    Desde a Rio-2016, Rafaela disputou um torneio na França e outro no Brasil, porém com disputa entre clubes.

    Pela primeira vez ela vai rever suas principais adversárias na categoria e espera estar mais "marcada" por elas.

    "É uma coisa natural, não tem muito o que fazer. O novo ciclo olímpico já começou e, por isso, estou focando em potencializar o que já faço bem", comentou a judoca.

    Na esteira da medalha olímpica, Rafaela afastou-se dos tatames. Ficou cerca de um mês sem treinar. Mas a rotina foi tão árdua quanto a que tinha com o quimono.

    Requisitada, passou a dar palestras, comparecer em eventos, multiplicou o número de entrevistas e viajou ao exterior para receber premiação em virtude de sua performance na Rio-2016.

    Prestes a voltar à competição em alto nível, ela disse que atualmente seu cotidiano se "acalmou um pouco, mas ainda anda bem agitada comparado ao que era antes" da conquista olímpica.

    Por outro lado, ela ponderou que o fato de ter ficado afastada de competições foi benéfico, ao garantir uma pausa depois de sete anos intensos com a seleção.

    "A falta de ritmo não vai me atrapalhar. O descanso também faz parte da vida do atleta", comentou.

    Se o projeto de encerrar o jejum de títulos em Grand Slam não vingar em Paris, Rafaela terá mais quatro oportunidades neste ano em torneios da série: em março, em Baku (Azerbaijão), em maio, em Ekaterinburgo (Rússia), outubro, em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), e em dezembro em Tóquio (Japão).

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