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    CBF aumenta limite de idade e 'desaposenta' árbitros brasileiros

    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO
    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    17/02/2017 02h00

    Rivaldo Gomes/Folhapress
    Marcelo de Lima Henrique durante jogo válido pelo Brasileiro-2016
    Marcelo de Lima Henrique durante jogo válido pelo Brasileiro-2016

    Em meio ao futebol praticado cada vez com mais intensidade, a CBF tomou uma decisão que pode gerar mais polêmicas na arbitragem brasileira, já tão criticada.

    A entidade aumentou o limite de idade dos árbitros que trabalham nos seus torneios de 45 para 50 anos. A decisão foi anunciada um ano após a Fifa retirar o limite de idade de 45 anos para os árbitros nas competições organizadas por ela.

    Árbitros que já encerram a carreira acreditam que a medida não é benéfica, pois poderia atrapalhar o surgimento de novos árbitros no país.

    A Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, porém, não vê que essa nova determinação possa atrapalhar.

    "Após a decisão da Fifa, analisamos e achamos interessante. Essa nova medida é importante desde que o árbitro tenha sido aprovado nos testes", disse o Coronel Marinho, que assumiu a presidência da comissão em setembro do ano passado.

    A decisão de aumentar o limite de idade dos árbitros era uma reivindicação da Anaf (Associação Nacional de Árbitros de Futebol).

    "Se o árbitro for aprovado nos testes físicos, técnicos e mentais e estiver motivado para trabalhar, porque existir esse limite de idade? Ele tem totais condições de continuar assim como um jogador veterano", disse Marco Antonio Martins, 50, ex-árbitro e presidente da Anaf.

    De acordo com Martins, a imposição da idade impediu que árbitros importantes do país continuassem a carreira mesmo em boa fase.

    "Na época, o Simon [Carlos Eugênio] parou com 45 anos voando. Ele tinha condições de apitar mais alguns anos", acrescentou.

    A decisão da CBF beneficiou dois árbitros que trabalharam no Brasileiro-2016: o carioca Marcelo de Lima Henrique, 45, e o baiano Jailson Macêdo Freitas, 46.

    "Considerava que era um preconceito limitar o árbitro pela idade. Se ele conseguisse a aprovação nos testes, deveria continuar apitando. Acho que esse limite imposto pela CBF foi mais para ter um parâmetro", disse Marcelo, que já voltou a apitar partidas no Estadual do Rio.

    O carioca foi árbitro Fifa até 2014. Ele apitou o duelo entre Uruguai e Argentina,em Montevidéu, pelas eliminatórias da Copa do Mundo-2014.

    A decisão também beneficiou o assistente Emerson Augusto de Carvalho, 44. Ele não poderia trabalhar na Copa-2018, já que teria estourado o limite da CBF, mas foi pré-selecionado pela Fifa para o Mundial da Rússia.

    Emerson participou de polêmica em Fla-Flu do Brasileiro-2016, quando anulou corretamente um gol do Fluminense. O lance, porém, foi validado pelo árbitro Sandro Meira Ricci, que logo depois voltou atrás na decisão.

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