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    Rival de Leco, Pimenta critica contratação de Pratto pelo São Paulo

    EDUARDO RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    24/02/2017 02h00

    Avener Prado/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 21-02-2017: José Eduardo Mesquita Pimenta, candidato ao cargo de presidente do SPFC, durante entrevista em sua casa. (Foto: Avener Prado/Folhapress, ESPORTE) Código do Fotógrafo: 20516 ***EXCLUSIVO FOLHA***
    José Eduardo Mesquita Pimenta, Candidato à presidência do São Paulo

    Austeridade e responsabilidade financeira. É com essas propostas que José Eduardo Mesquita Pimenta, 78, pretende voltar à presidência do São Paulo após 23 anos.

    À frente do clube entre 1990 e 1994, o advogado cível acredita que se derrotar o atual presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, 79, nas eleições de abril, herdará um clube endividado.

    Em setembro de 2016, o São Paulo anunciou uma dívida total de R$ 241 milhões.

    No começo deste ano, a venda de David Neres por R$ 50 milhões ao Ajax prometia aliviar as contas. No entanto, logo em seguida, o clube adquiriu 50% de Lucas Pratto por R$ 20,7 milhões, com a obrigação de compra da outra metade até o fim do próximo ano. Para Pimenta, a negociação foi um erro.

    "Não amortizamos nada e ainda estamos sujeitos a pagar os outros 50%. Se o Leco não pagar quem vai ter que pagar será o sucessor e ainda vai continuar com o déficit. Então a situação financeira é a mesma. Se [o Pratto] der certo deu, se não der certo como que faz?", afirmou Pimenta.

    Uma saída para não ter tantos gastos, segundo o candidato, é a valorização dos jogadores das categorias de base. Ele promete atenção especial ao Centro de Treinamento de Cotia na sua gestão.

    "O primeiro [objetivo] é sanar as finanças, e depois prestigiar Cotia. Aquilo é uma fonte de receita fantástica. Lá é a mina de ouro", disse.

    PLANO B

    Pimenta não era o nome mais cotado entre os opositores de Leco para concorrer à eleição. Eles contavam com Ópice Blum para a disputa. Mas a recusa de Blum e a situação financeira do clube o fizeram retornar à cena.

    "Eu acho que sou um candidato da união e gostaria de unir o clube. O São Paulo está muito fragmentado", afirmou Mesquita.

    Dias depois de anunciar a sua chapa, ele viu Roberto Natel, também candidato à presidência, tornar-se vice de Leco em uma tentativa de fortalecer o grupo do mandatário do São Paulo.

    "Um adversário como eu, ele [Leco] não esperava. Não é vaidade, mas tenho todo um passado", afirmou ao ser questionado sobre o convite de Leco a Natel.

    Se o atual presidente tem ao seu lado um antigo aliado, Pimenta é apoiado por Abílio Diniz, empresário influente nos bastidores são-paulinos.

    Na quarta, Abílio compareceu ao evento de lançamento da candidatura de seu amigo de infância e fez um apelo aos conselheiros da oposição.

    "Com a bandeira de união, podem conversar com conselheiros do outro lado e mostrem o que é importante", discursou. O empresário não fará aportes financeiros no clube, segundo o candidato.

    GLÓRIAS E POLÊMICAS

    Quando presidente, Pimenta vivenciou um dos momentos mais vitoriosos da história são-paulina. Em 1991, a equipe comandada por Telê Santana faturou o Campeonato Brasileiro. Nos dois anos seguintes vieram os títulos da Libertadores e do Mundial de Clubes.

    Apesar das glórias em campo, ele acumulou polêmicas fora dele. Primeiro foi acusado de contratar uma empresa de marketing, a SP Sport, que estava dando prejuízo ao clube, criando mal-estar entre os dirigentes.
    "O perito judicial mostrou que não teve prejuízo nenhum ao São Paulo, pelo contrário", se defendeu.

    Seis meses após o fim do seu mandato, em 1994, uma fita gravada pelo agente de jogadores Francisco Monteiro, o Todé, em 1991, mostrava Pimenta em uma suposta negociação para ganhar comissão na venda do atacante Mario Tilico para o Logroñes (ESP). O caso levou à sua expulsão do Conselho Deliberativo do clube.

    "Houve um a perícia judicial nas fitas que mostrou que efetivamente elas foram manipuladas, manuseadas", afirma o cartola.

    Após a absolvição em processo interno, Pimenta retornou ao Conselho.

    O escolhido pelos conselheiros para assumir a presidência do São Paulo irá se enquadrar no novo estatuto do clube, que prevê remuneração de até R$ 26 mil e mandato único de três anos.

    O pleito que definirá o próximo presidente do São Paulo acontece no dia 18 de abril. Quem tiver a maioria dos votos dos 239 conselheiros aptos a votar será o vencedor.

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