Após ficar dois meses sem clube, o campeão olímpico do salto com vara, Thiago Braz, 23, fechou acordo para representar uma nova agremiação. O atleta vai defender o Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo.

Ele estreia pelo clube no Troféu Brasil, principal competição do atletismo brasileiro, que ocorrerá ainda neste primeiro semestre -o local ainda não foi definido.

Braz estava sem clube desde 31 de dezembro do ano passado, quando seu contrato com a Orcampi (equipe de Campinas) expirou. O time do interior de São Paulo disse que não teve verba para renovar com o medalhista.

Sem o salário, ele se manteve com ajuda que recebe da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).

Além do Pinheiros, com quem ainda existe uma pendência de assinatura de contrato, o que deve ocorrer neste mês, Braz também foi procurado pela BM&F, maior equipe do país.

Ele já havia defendido o time baseado em São Caetano no início da carreira. Na época, foi lapidado por Elson Miranda, que também treinava Fabiana Murer, única atleta da história do país a conquistar ouro em um Campeonato Mundial em pista ao ar livre (outdoor) -venceu na edição de Daegu, em 2011.

Braz, que desde 2014 vive e treina em Formia (na Itália) com a mulher, Ana Paula, voltou ao Brasil na metade de fevereiro para cumprir agenda de palestras e treinos.

Ele só voltará para a Europa no final de março, para se preparar para a temporada em pista ao ar livre.

Seu treinador, o ucraniano Vitaly Petrov, que no passado foi o guru dos multicampeões Sergey Bubka e Ielena Isinbaieva, chegará ao Brasil nos próximos dias para ajudá-lo nos treinamentos.

O foco de ambos é o Campeonato Mundial de Londres, que ocorrerá em agosto. Será a primeira grande competição em que Braz entrará como campeão olímpico.

Além disso, o saltador quer se redimir de uma má campanha na última edição do Mundial, em Pequim-2015, quando nem sequer passou à final.

BASE NA ITÁLIA

Apesar de representar o Pinheiros, Braz vai manter sua base de treinamentos na cidade italiana de Formia, onde funciona um centro administrado por Petrov. O treinador ucraniano tinha intenção de se aposentar após os Jogos do Rio, mas renovou contrato com o COB (Comitê Olímpico do Brasil) e a CBAt com enfoque nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

Petrov já afirmou que acredita que o pupilo tem condições de bater o recorde mundial do salto com vara, atualmente em poder do francês Renaud Lavillenie (6,16 m), a quem Braz derrotou no Rio.

A melhor marca do brasileiro até hoje foi 6,03 m, justamente a que rendeu o ouro na última Olimpíada.

Nesta temporada, Braz já disputou três competições indoor (ginásio fechado).

Ele venceu uma delas, em Rouen, na França, e subiu ao pódio nas outras duas.

O saltador concorre ao prêmio de melhor atleta do ano que é dado pelo COB. O resultado da eleição será anunciado no dia 29 de março.