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    Jovem muda de vida depois de ajudar vítimas da tragédia da Chapecoense

    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    05/03/2017 02h00

    Reprodução Facebook/Fundación Compasión
    Johan Alexis Ramirez, 15, ao lado de sua nova casa e sua casa antiga
    Johan Alexis Ramirez, 15, ao lado de sua nova casa e sua casa antiga
    Reprodução/Twitter
    Johan Alexis Ramirez, 15, ao lado de sua nova casa e sua casa antiga
    Johan Alexis Ramirez, 15, ao lado de sua nova casa e sua casa antiga

    "Agradeço por poder salvar algumas pessoas. Esse é o melhor presente que alguém pode ganhar."

    A frase aparenta ser de um médico, um enfermeiro ou talvez de um bombeiro, mas é do adolescente Johan Alexis Ramirez, 15, que ajudou os socorristas colombianos no resgaste das vítimas do voo da Chapecoense que caiu nos arredores de Medellín, matando 71 pessoas em novembro do ano passado.

    Desde então, a vida do jovem mudou, como ele mesmo afirma sem entrar em detalhes. "Minha vida mudou muito [após o acidente] porque várias pessoas me ajudaram com muitas coisas. A solidariedade te dá recompensas", diz Johan à Folha.

    Há quase um mês, ele teve sua casa em uma área rural da cidade de La Union, região da Antioquia, distante 57 quilômetros de Medellín, reformada pela fundação colombiana Compasión, de apoio ao agricultor. O local, que antes aparentava ser um barraco apertado para sua família, foi totalmente reformado, ganhou novos cômodos e móveis. Na área, foram plantadas 71 mudas -mesmo número de mortos na tragédia.

    O jovem afirmou também que ganhou uma bolsa que garantirá seus estudos.

    Johan Alexis também recebeu homenagens. No Brasil, foi condecorado com a Ordem de Rio Branco, reservada a serviços meritórios e virtudes cívicas, em dezembro.

    Há 14 dias, foi convidado pela Fundação Real Madrid para conhecer o centro de treinamento do clube, onde conversou com o compatriota James Rodríguez, o português Cristiano Ronaldo e o técnico francês Zinédine Zidane, entre outros.

    As homenagens não deixam o jovem esquecer aquele dia 29 de novembro.

    Com detalhes, ele conta como ajudou no resgate dos sobreviventes do acidente com o time catarinense. Ele estava em casa com o seu pai, Miguel Ramírez, assistindo televisão, quando ouviram um estrondo do avião colidindo com o morro, que hoje chama-se Cerro Chapecoense.

    O jovem e o pai, que conheciam a região -o local do acidente fica a quatro minutos da casa-, atuaram como guias para os socorristas.

    "Conhecíamos o caminho e indicamos aos socorristas o mais fácil. Eles estavam abrindo o caminho pelo morro e iriam demorar muito", conta Johan, que lembra do lateral Alan Ruschel ser resgatado com vida.

    Além de Ruschel, o zagueiro Neto, o goleiro Jackson Follmann, o jornalista brasileiro Rafael Henzel, a comissária Ximena Suárez e o técnico de voo Erwin Tumiri foram os únicos sobreviventes do voo da Chapecoense.

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