Walter Monteros/AFP | ||
Jogadores do Atlético Nacional comemoram classificação à fase de grupos da Libertadores |
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Esporte
Tuesday, 07-May-2024 23:29:20 -03Pela 1ª vez na Libertadores, rival do Palmeiras já usou uniforme de seleção
EDUARDO RODRIGUES
DE SÃO PAULO08/03/2017 02h00
Um clube que nunca conquistou títulos expressivos, com uma torcida apaixonada e barulhenta e jogadores com gana de entrarem para a história. Esse é o cenário que o Palmeiras irá encontrar na Argentina ao enfrentar o Atlético Tucumán, na estreia da fase de grupos da Libertadores, nesta quarta (8), às 21h45.
Sem a badalação de River Plate ou Boca Juniors, clubes de maior torcida na Argentina, o time de San Miguel de Tucumán (1.245 km de Buenos Aires) foi fundado em 1902 e pela primeira vez participa do torneio continental.
Embora seja tradicional, o Atlético disputou apenas duas vezes a primeira divisão do Argentino. O último acesso foi em 2015. Pouco mais dez anos antes, estava na terceira divisão nacional.
Com a 5ª colocação no torneio de 2016, garantiu a vaga na Libertadores deste ano graças à mudança no formato do torneio, que concedeu uma vaga a mais ao país. Esta chegou a estar ameaçada.
O Independiente, maior campeão da Libertadores (sete títulos), terminou na 6ª posição, mas alegou que deveria haver uma partida desempate contra o Tucumán já que as equipes haviam enfrentado adversários diferentes –o campeonato é dividido em dois grupos, com os times se enfrentando apenas dentro dessas chaves.
O pedido foi enviado à AFA (Associação de Futebol Argentino), que negou, confirmando o Atlético Tucumán como o primeiro time da região a disputar um torneio internacional.
Juan Cevallos/AFP Com o uniforme da seleção argentina, jogadores do Atlético Tucumán comemoram classificação VESTINDO A CAMISA
Logo no segundo jogo da Libertadores, pela fase eliminatória, um fato curioso ganhou destaque mundial. Após empatar em casa com o El Nacional, do Equador, o Atlético precisava de uma vitória simples para garantir a vaga na etapa seguinte.
Ao embarcar para Quito, problemas no voo atrasaram em quase três horas a viagem e os materiais esportivos dos jogadores não puderam ser levados no avião.
Como a seleção argentina sub-20 disputava o sul-americano da categoria no país, a saída encontrada foi utilizar o uniforme e equipamentos (chuteiras, caneleiras, etc.) dos compatriotas –a camisa do Atlético Tucumán é semelhante à da seleção.
Mesmo após o ônibus que levou a delegação do aeroporto ao estádio Olímpico de Atahualpa registrar 150 km/h, o duelo começou com 1h30 de atraso. Em campo, com o uniforme da seleção e algumas chuteiras menores do que os pés, o Tucumán venceu por 1 a 0 e avançou.
"Ainda não ganhamos nada e nos falta um longo caminho a percorrer. Temos que fazer com serenidade tudo que vier", afirmou o atacante Fernando Zampedri.
Após a vitória em Quito, o clube desbancou o Júnior Barranquilla (COL) para garantir uma das vagas na fase de grupos.
"Eles [jogadores] foram recebidos como heróis quando chegaram da Colômbia. Eles são um sucesso para a região", disse à Folha o jornalista Cristian Castrillón, do jornal argentino "Clarín".
Sem estrelas e com salários modestos, o Atlético Tucumán aposta suas fichas na força da torcida para surpreender o Palmeiras.
Fanáticos e conhecidos por fazer uma grande festa antes, durante e depois de cada confronto, os torcedores transformam o estádio Monumental José Fierro, com capacidade para 35 mil pessoas, em um grande caldeirão.
"O jogo em Tucumán vai ser importante, porque é um estádio pequeno, a arquibancada fica muito perto do campo. Acho que vai ser muito difícil para o Palmeiras porque a torcida vai fazer sentir a pressão", finalizou Castrillón.
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