Seis meses após o encerramento dos Jogos Paraolímpicos, o Comitê Rio 2016 deve cerca de R$ 100 milhões.
O valor é o montante que a entidade ainda precisa pagar para 36 empresas que trabalharam nos dois eventos (a Olimpíada e a Paraolimpíada). A maioria é dos setores de infraestrutura e montagens de instalações provisórias.
Funcionários do órgão negociam com as empresas um desconto na conta. Eles acreditam que o valor da dívida pode cair em quase R$ 20 milhões.
Precisando de receitas, a entidade também conversa com os governos locais para encontrar uma solução para fechar o rombo nas contas.
Executivos do comitê negociam com Marcelo Crivella (PRB), prefeito eleito após os Jogos, a liberação do restante de um convênio de R$ 150 milhões.
Em agosto, a Prefeitura do Rio anunciou o repasse dessa verba milionária para garantir a realização da Paraolímpiada. Mas apenas R$ 30 milhões foram efetivamente desembolsados.
Na época, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio chegou a proibir a liberação do socorro financeiro.
Como o repasse não estava previsto no orçamento do município, o tribunal alegou que a verba se configurava crime eleitoral. O período eleitoral já havia começado.
No próximos dias, o COI (comitê Olímpico Internacional) deve também liberar cerca de R$ 14 milhões.
Na semana passada, Eduardo Paes, ex-prefeito carioca, visitou o COI e deixou os dirigentes mais calmos com relação a uma solução.
Além da verba do COI e da possibilidade de receber o restante do convênio com a prefeitura, o comitê brasileiro deve receber cerca de R$ 15 milhões em abril dos patrocinadores do evento.
A previsão dos organizadores é que todas as dívidas olímpicas sejam resolvidas até agosto, quando a abertura da Olimpíada completará um ano.
Caso a entidade não consiga equacionar as pendências, eles vão poder acionar os mecanismos de garantias. Pelo acordo assinado com o COI, a prefeitura e o governo do Estado teriam que bancar o déficit.
Nesta sexta (17), o COI publicou relatório com um balanço positivo dos Jogos. Segundo a entidade, "com um pano de fundo de desafios econômicos, políticos e sociais, o [Comitê] Rio 2016 também estabeleceu novos padrões para o planejamento do legado com uma série de projetos que já deixam um importante legado para a cidade e seus cidadãos". A conta dos dois eventos já chegou a R$ 40 bilhões.
Instalações, como o Parque Radical de Deodoro, o Maracanãznho, permanecem fechadas.