Dono de uma prata olímpica obtida nos Jogos de 2012, em Londres, e recordista de medalhas em Jogos Pan-Americanos, o nadador Thiago Pereira, 31 anos, anuncia nesta quarta (29) sua aposentadoria.

O comunicado será feito durante o Prêmio Brasil Olímpico, que ocorre na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, e premia os melhores atletas do país em 2016. A festa é organizada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil).

O nadador será chamado ao palco para comunicar sua decisão, que vinha sendo debatida nos últimos meses.

A intenção é aproveitar a confraternização para conferir relevância ao anúncio.

A aparição de Pereira não está na programação porque os organizadores queriam que se tratasse de uma surpresa na cerimônia.

No último ano, ele deixou em aberto a possibilidade de continuar a competir e até afirmou que tentaria vaga em Tóquio-2020. Ele chegaria ao evento no Japão com 34 anos.

Depois dos Jogos do Rio, quandoterminou em sétimo lugar nos 200 m medley, Pereira participou de somente mais um campeonato.

	Clayton de Souza/NOPP
	Os nadadores Michael Phelps (esq) e Thiago Pereira comemoram classificação na Rio-2016

Abriu mão de competir no Torneio Open, em Palhoça (SC) e não teve seu contrato com o Minas Tênis Clube renovado para esta temporada. Também deixou Los Angeles, cidade onde fincou sua base de treinos na maior parte do último ciclo olímpico. Nos últimos meses, chegou a recusar algumas propostas de clubes que estariam interessados em contratá-lo.

Pereira deve se dedicar a partir de agora a projetos pessoais, sobretudo à clínica de natação que desenvolveu e a seminários que promove.

Como estava sem clube desde a sua saída do Minas, Pereira já havia decidido não disputar o Troféu Maria Lenk, principal competição nacional e que ocorrerá no início de maio, no Rio, e também abdicaria de todo o restante da temporada de 2017.

Com isso, ele ficaria fora do Mundial em piscina longa (50 m) de Budapeste, em julho.

Em 13 anos de seleção, ele apenas se ausentou de um Mundial: em 2005, em Montréal, devido a uma lesão. Pereira disputou seis Mundiais e ganhou três medalhas (uma prata e dois bronzes). Ele também foi quatro vezes ao pódio em Mundiais em piscina curta (25 m). Nesta distância, também chegou a bater o recorde mundial dos 200 m medley, em 2007.

Sua principal conquista ocorreu em Londres-2012, quando chegou em segundo lugar nos 400 m medley, atrás somente do norte-americano Ryan Lochte. Na mesma prova, Pereira superou o astro Michael Phelps, dono
de 28 medalhas olímpicas, que terminou na quarta posição.

Outros momentos marcantes vieram nos Jogos Pan-Americanos. Foi em uma edição do evento, em Santo Domingo-2003, que ele despontou como realidade para a natação, com dois pódios. Em quatro participações, faturou 23 medalhas, recorde na história do campeonato.

Nessa trajetória, Pereira teve ao menos três passagens pelos EUA, onde trabalhou com técnicos renomados como Dave Salo, que em inúmeras ocasiões dirigiu a seleção norte-americana, e Jon Urbanchek, ex-treinador de Gustavo Borges.Na última Olimpíada, ele foi orientado por Alberto Pinto da Silva, o Albertinho, que agora treina Cesar Cielo.

	Avener Prado/Folhapress
	Thiago Pereira durante treino da seleção brasileira olímpica de natação

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Carreira do nadador Thiago Pereira

2003
Com apenas 17 anos, conquista uma medalha de prata e outra de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo

2004
Em sua primeira Olimpíada, termina em quinto lugar nos 200 m medley em Atenas-2004

2007
Com oito medalhas (seis de ouro, uma de prata e uma de bronze), encerra o Pan do Rio como grande nome da competição

2012
Conquista a medalha de prata nos 400 m medley nos Jogos Olímpicos de Londres, a primeira de sua carreira

2013
Pela primeira vez vai ao pódio em um Campeonato Mundial em piscina longa (50 m), e logo duas vezes: bronze nos 400 m medley e nos 200 m medley

2015
Leva a prata nos 200 m medley no Mundial de Kazan e quebra o recorde de medalhas em Jogos Pan-Americanos, com 23

2016
Cotado ao pódio, termina em sétimo nos 200 medley nos Jogos Olímpicos do Rio