"Tive que reaprender a andar e agora estou pronto para viver novamente o melhor momento da minha carreira."

A frase é do zagueiro Leandro Castán, 30, campeão da Copa Libertadores da América com o Corinthians em 2012, que passou por uma cirurgia no cérebro há quase 30 meses para a retirada de um cavernoma -má formação vascular do sistema nervoso central-, justamente quando vivia o melhor momento de sua carreira.

O problema foi diagnosticado em setembro de 2014, quando o jogador passou a ter tonturas e vômitos após a partida do seu ex-clube, a Roma -atualmente está no Torino- contra o Empoli, pela segunda rodada do Italiano. A princípio, relutou em fazer a cirurgia porque estava preocupado com o que poderia acontecer, apesar de os médicos assegurarem que retornaria aos gramados.

"A cirurgia era necessária porque o tumor poderia inchar e corria o risco de explodir. Tive que esperar quase quatro meses para fazer a cirurgia preparando o meu corpo. Depois foram praticamente três meses de recuperação. O problema que eu enfrentei me ensinou a pensar em um dia de cada vez", disse Castán, revelado pelo Atlético-MG e com passagens pelo Henlsingborgs, da Suécia, e Grêmio Barueri antes de chegar ao Corinthians.

"Logo depois, tive que reaprender a andar. O local onde foi a cirurgia era a base da coordenação do equilíbrio. Sempre tinha gente do meu lado caminhando comigo. Só retornei aos treinos quatro meses depois, mas o campeonato já estava no fim e não consegui jogar", contou.

Desde a cirurgia, Leandro Castán disputou 20 partidas, sendo seis na temporada passada pela Roma e 14 neste ano pelo Torino.

"Lutei muito por esse momento. Disputei 12 jogos consecutivos, mas tive uma lesão muscular no final de dezembro. Meu objetivo é fazer vários jogos seguidos nesta reta final e mostrar que posso voltar a atuar no mesmo nível. Quero retornar ainda melhor para a próxima temporada", afirmou o zagueiro que está à disposição do técnico Sinisa Mihajlovic para o duelo do Torino contra a Udinese, marcado para este domingo (2), pelo Campeonato Italiano.

Com o desejo de retornar à seleção, Castán diz que a próxima temporada será a mais importante da sua vida.

Ele afirmou que pouco antes de ser constatado o problema, Gilmar Rinaldi, ex-coordenador técnico da seleção, entrou em contato para saber sobre suas condições.

"Conheço muito o Tite. O sonho está distante, mas voltar para a seleção seria para coroar todo o meu trabalho. Porém, quero pensar dia após dia, já que tive o problema na melhor fase da minha vida. Mesmo assim, me considero a pessoa mais sortuda do mundo. Eu consegui me recuperar e Deus me deu uma nova oportunidade de viver", completou o zagueiro.

Castán tem contrato com o Torino até o final desta temporada e depois deve retornar à Roma, com quem tem vínculo até junho de 2019.

Ele descarta voltar agora a jogar no futebol brasileiro.