• Esporte

    Wednesday, 01-May-2024 04:11:56 -03

    Preso por desvio de dinheiro, Coaracy Nunes presidiu CBDA por 29 anos

    DE SÃO PAULO

    06/04/2017 12h00

    Patricia Stavis/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 02-07-2010: Coaracy Nunes Filho, da Confederação de Desportos Aquáticos, durante o evento "Prêmio Empresário Amigo do Esporte", no Clube Pinheiros, em São Paulo (SP). (Foto: Patricia Stavis/Folhapress, 1538, ILUSTRADA)
    Coaracy, da Confederação de Desportos Aquáticos, durante evento no Clube Pinheiros, em São Paulo

    Preso nesta quinta-feira (6) por suspeita de desviar R$ 40 milhões em recursos da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), o advogado Coaracy Nunes Filho, 78, dirigia a entidade desde 1988. Ele era o dirigente esportivo brasileiro há mais tempo no cargo.

    À frente da confederação, Coaracy acumulou polêmicas. Em setembro de 2016, o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo apresentou à Justiça ação contra ele e o diretor financeiro, Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga, por atos de improbidade administrativa.

    Eles são suspeitos de fraudar licitação com verba federal para compra de material esportivo, em 2014, para atletas que disputaram os Jogos.

    A quantia desviada passaria de R$ 1,5 milhão, em valores atuais. Também respondem ao processo o coordenador técnico da natação, Ricardo de Moura, também preso nesta quinta, e o coordenador técnico do polo aquático, Ricardo Gomes Cabral, além de cinco empresas.

    Em outubro, Nunes foi afastado pela Justiça. No entanto, no mês seguinte ele cassou a liminar que pedia o seu afastamento e de seus principais aliados no corpo diretivo.

    TRAJETÓRIA

    Filho de um ex-deputado federal pelo Amapá, Nunes foi diretor de esportes olímpicos do Fluminense nos anos 1980 e vice da Federação Aquática do Estado do Rio. Na mesma década, candidatou-se para a presidência da então CBN (Confederação Brasileira de Natação).

    Ele perdeu o pleito para Ruben Marcio Dinard, mas uma intervenção federal anulou as eleições e ele foi conduzido ao cargo. A primeira eleição de fato para comandar a CBDA –nome que ele deu à entidade assim que assumiu– foi em 1988. Não saiu mais e tornou-se o dirigente esportivo brasileiro há mais tempo no cargo –está no fim do sétimo mandato.

    Verborrágico, Nunes conta que fechou o contrato de patrocínio com os Correios, em 1991, por meio de um anúncio publicado em jornal. A parceria é uma das mais duradouras do esporte brasileiro.

    Desde então, os esportes aquáticos brasileiros somaram dez medalhas olímpicas. Nos Jogos do Rio, a natação passou em branco e o único pódio veio na maratona aquática, com um bronze de Poliana Okimoto.

    Com uma doença neurológica, Nunes havia se afastado do dia a dia da entidade há mais de um ano –em aparições públicas vinha utilizando uma cadeira de rodas.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024