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    Conselheiros acusam Nobre de 'quase sabotar' o Palmeiras e deixam chapa

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    10/04/2017 21h08

    Criada em 2010 com o objetivo de apoiar politicamente Paulo Nobre e única a dar 100% de seus votos ao ex-presidente em duas eleições, a chapa Academia sofreu debandada de quase metade dos conselheiros que a compõem e, consequentemente, perde força no cenário político do Palmeiras. Até o momento, cerca de nove conselheiros já oficializaram a saída da chapa ou manifestaram a intenção. São eles: Mauro Yazbek, Marcos Borin, Arthur Vicintin, Ennio Camarano, Davi Gueldini, Savério Orlandi, Roberto Silva, Jonas Cherubini e Wilson Nakamura.

    Eles acusam Nobre e seu círculo mais próximo de apoiadores de "quase sabotarem" a gestão do atual presidente, Maurício Galiotte, e, segundo eles, de maneira "incoerente".

    "O Mustafá Contursi apoiou a gestão do Nobre do primeiro ao último dia. Hoje, eles acham um absurdo que o Maurício tenha esse apoio. A mesma coisa com a Crefisa: no período do Nobre, tudo estava em ordem, exceto pelo rompimento que o próprio Maurício contornou lá atrás. Aí [o Paulo] chegou no final da gestão e queria que o Maurício rompesse. É uma incoerência muito grande e que deixou grande parte do grupo insatisfeita", diz Yazbek.

    O encolhimento da chapa é sintoma da perda de influência de Nobre na política palmeirense. Ao decidir enfrentar Leila Pereira, proprietária de Crefisa e Faculdade das Américas, patrocinadoras do Palmeiras, ele viu-se em outro polo em relação às figuras mais fortes da política do clube: Galiotte, Contursi e a própria Leila, que se tornou conselheira.

    "Pensamos primeiro no Palmeiras, e não nas pessoas. Quem pensa dessa forma [como o grupo de Nobre] pode prejudicar o clube (...) Ao todo, a chapa Academia chegou a ter 30 conselheiros. Atualmente, tem 23, sem contar a saída de cerca de dez conselheiros. A tendência é que saiam mais e a chapa fique só com oito ou nove membros", prevê Yazbek, que aponta outros dois episódios que teriam aborrecido o grupo.

    "No caso da Leila [Nobre defendia a cassação da candidatura ao conselho deliberativo], ele agitou e nem compareceu no dia da votação. Além disso, agora ele não comparece mais às reuniões do COF, do qual ele é membro".

    Segundo Yazbek, o grupo não tem pretensão de formar uma nova chapa no interior do Palmeiras.

    Nos últimos meses, Nobre tem adotado postura retraída e não tem se envolvido em discussões políticas sobre o Palmeiras. Recentemente, fotos em que ele aparece com trajes do Palmeiras na Muralha da China foram bastante compartilhadas nas redes sociais.

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